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No controle, vice cria PMDB-SP pós-Quércia

Por André Mascarenhas
Atualização:

O luto pela morte do ex-governador Orestes Quércia, dia 24 de dezembro, durou exatos 34 dias no PMDB de São Paulo. Nesta semana, o grupo ligado ao vice-presidente Michel Temer colocou em prática um plano para comandar o partido no Estado, dissolvendo o diretório estadual controlado até dezembro por Quércia.A maioria dos membros do diretório aceitaram renunciar com o objetivo de abrir espaço para a criação de uma comissão provisória, indicada por Temer. O escolhido para liderar o processo foi o deputado estadual Baleia Rossi, filho do ministro Wagner Rossi (Agricultura), aliados de primeira hora do vice-presidente no Estado.A comissão, que conta com outros seis integrantes, tem mandato de 90 dias, prorrogáveis. A determinação da executiva nacional é de que ele permaneça na presidência provisória até o fim de 2011. Embora Quércia tenha comandado o PMDB com mão de ferro desde a sua fundação, a passagem de bastão praticamente não gerou traumas. Lideranças paulistas ouvidas pelo Estadão.com atribuem ao modus operandi do ex-governador a retração das bancadas. Segundo dados do TSE, a bancada federal do PMDB-SP tem diminuído pleito a pleito desde 2002, saindo de quatro deputados em 2003 para apenas um em 2011. Na Assembleia Legislativa, o quadro não se alterou, mantendo-se em quatro deputados estaduais. Já os prefeitos do partido no Estado foram de 112 eleitos em 2000 para apenas 71 em 2008. Dirigentes apontam a falta de candidaturas para o Executivo como fator central para a retração das bancadas. "Quando você tem um candidato ao Executivo puxando votos, você ajuda a eleger bancadas", exemplifica o prefeito de Rio Claro, Du Altimari. A unidade da sigla será uma das prioridades da nova comissão. "É fundamental que haja respeito à fidelidade partidária", aponta Baleia Rossi."Precisamos acreditar no Michel como um vencedor que conduziu o partido nacionalmente e que fará o mesmo em São Paulo", diz Bebeto Haddad, presidente do PMDB paulistano.

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