No escritório de Serra, discussão foi até 5 horas da manhã

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Por Bastidores: Julia Duailibi
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Desde que o nome do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) recebeu cartão vermelho do DEM, o presidenciável tucano José Serra começou a operar, em encontros reservados em São Paulo e por meio de telefonemas, a solução para o impasse. A preocupação no início era evitar que a crise expusesse excessivamente o candidato, embora fosse quase impossível dissociá-lo dela.Na véspera da convenção do DEM, anteontem, Serra assumiu as negociações, que migraram de um hotel em São Paulo para seu próprio escritório, uma pequena casa na Vila Madalena. Lá, o tucano recebeu na madrugada de ontem o ex-governador Aécio Neves, que foi participar do encontro com o presidente do DEM, Rodrigo Maia, e o prefeito paulistano, Gilberto Kassab, principal articulador de Serra na sigla aliada. A reunião começou na madrugada e se estendeu até às 5 horas da manhã de ontem. Houve breve pausa e depois novo round pela manhã. Restava uma dúvida: se o nome seria do Rio (Indio da Costa) ou de Minas (Carlos Melles). No fim da manhã, a decisão foi tomada. Kassab e Maia voaram para Brasília.Quando as reuniões começaram, na segunda-feira, a ideia era que Serra se preservasse e não participasse da discussão no varejo. Mas, como o encontro vazou, teve de ir até a casa de Kassab na madrugada de terça-feira prestigiar os aliados.Entre um risoto servido pelo prefeito e as reclamações do DEM, o tucano tentou quebrar o gelo, dizendo que para ele, notívago confesso, era ótimo ir a reuniões naquele horário. Serra delegou a operação política ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra, que, acompanhado de Cícero Lucena (PB) e João Almeida (BA), foi a campo negociar com o DEM. Só quando o impasse se tornou evidente chamaram FHC, que até então estava fora do País. Não adiantou. O DEM não aceitava Dias.Com os aliados, Serra foi pragmático. Avaliou que a crise em torno do nome do vice não teria reflexos do ponto de vista eleitoral. O assunto interessaria apenas a políticos e jornalistas.

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