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No Jaraguá, crescer é um sonho

Área mais desvalorizada da capital espera por viaduto

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Por Redação
Atualização:

O primeiro lugar em desvalorização imobiliária na capital paulista não surpreende nenhum morador do Jaraguá: enquanto os vizinhos recebem melhorias e prosperam, a falta de infra-estrutura torna o trânsito local caótico, o comércio e os serviços não crescem e o mercado de imóveis patina na área, com desvalorização de 13% nos últimos dez anos. "Nunca teve político que puxasse nada para cá e o povo também nunca reivindicou. Em Perus tem associação de bairro e lá tem uma série de agências bancárias. Aqui, tinha um banco e só agora estão construindo outros dois", explica a secretária Eugênia Machado, de 40 anos, há 31 anos residindo no Jaraguá. Rosa, irmã de Eugênia, tenta há mais de um ano vender por R$ 430 mil uma casa de 180 m² em uma das principais avenidas do bairro, a Estrada de Taipas. Para Eugênia, não vai conseguir vender enquanto não for concluído o viaduto sobre a linha de trem da CPTM que trava o trânsito nos dois sentidos da avenida. "E faz 20 anos que prometem esse viaduto", diz Eugênia, duvidando que o poder público cumpra a o cronograma de entrega da obra, em setembro, "mesmo com a eleição". O corretor da família, identificado apenas por Márcio, discorda e usa a abertura das agências bancárias como parâmetro. "Se não fossem terminar o viaduto, não viriam pra cá", argumenta, apostando em um boom imobiliário. O aposentado Humberto Lopes, de 64 anos, também acredita que o viaduto fará a venda e aluguel de imóveis "deslanchar". E se prontificou a ajudar um amigo a vender quatro casas, em terreno de 215 m², por R$ 190 mil à vista, "para ganhar um trocado".

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