19 de outubro de 2010 | 00h00
Foi um teste duro, com perguntas recheadas de detalhes incômodos - não só sobre aborto ou o caso Erenice, mas também sobre as farpas que lhe dirigiu Ciro Gomes. A candidata conseguiu manter a voz calma, começando as respostas sempre com "veja bem..." Cobrada sobre garantias de que, se eleita, casos como o de Erenice não se repetiriam, desviou-se das críticas jogando-as para o rival José Serra (PSDB), que acusou de não investigar "uma acusação gravíssima" - a acusação contra o ex-diretor da Dersa, Paulo Preto, que teria desviado dinheiro de campanha.
"Há uma diferença entre nós e o meu adversário", avisou. "A PF já tomou 16 depoimentos no caso Erenice. No de Paulo Vieira de Souza, até agora não houve nenhuma investigação."
Aborto. Dilma afirmou ainda que "há muita confusão" no debate sobre o aborto e rejeitou a ideia - sugerida pelo apresentador William Bonner - de que foi a sua mudança de posição que lhe tirou votos e levou ao segundo turno. Definiu-se de novo, como cidadã, contra o aborto mas lembrou que, como presidente, "você não pode prender essas mulheres. Se trata de cuidar delas." E sustentou que não fez nenhuma "concessão excessiva aos religiosos " ao prometer não mexer na legislação sobre o assunto.
Ao final, cobrada pelas críticas de Ciro Gomes - em agosto ele disse considerar Serra mais preparado - disse que tinha "excelente relação com ele. E declarou: "Eu sei como é, a forma pela qual, o temperamento do deputado Ciro Gomes". Esclareceu que foi o ex-deputado que procurou a sua equipe, no segundo turno. "E nós o aceitamos prontamente."
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