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No primeiro teste da articulação, PMDB cobrará de Ideli 48 cargos pendentes

Dirigentes do partido reúnem-se hoje com a ministra das Relações Institucionais para debater nomeações não concretizadas desde o início do governo, quando uma lista de 55 nomes foi entregue ao então ministro da Casa Civil Antonio Palocci

Por João Domingos e BRASÍLIA
Atualização:

Unido, o PMDB tem hoje programado o seu primeiro encontro com a nova responsável pela articulação política do governo, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), para cobrar 48 nomeações no segundo e terceiro escalões prometidas desde o início do governo e que ainda estão pendentes. O partido aproveitará a reunião para lembrar a necessidade de liberação de emendas parlamentares, o que é garantia de voto certo nos projetos de interesse do governo. Participarão do encontro com Ideli Salvatti os líderes do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e do governo no Senado, Romero Jucá (RR) - o chamado "trio da cobrança" - além do presidente da sigla, senador Valdir Raupp. O PMDB tem 80 deputados. Na votação do salário mínimo de R$ 545, foi o partido mais fiel, à frente do próprio PT. Já na votação do Código Florestal na Câmara, o partido deu uma surra no governo, pois o então ministro Antonio Palocci (Casa Civil) não havia dado resposta ao pleito de 50 cargos. Na última sexta-feira foram atendidos dois pedidos do PMDB: a nomeação de Oscar Jucá, irmão do senador Romero Jucá (RR), líder no Senado, e Marcelo Mello, afilhado do PMDB de Goiás, para diretorias da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Desde que o partido iniciou a disputa com o governo pelos cargos, as bancadas no Senado e na Câmara passaram a trabalhar unidas, sem as velhas rixas que as marcaram no passado por causa do preenchimento de cargos. Tanto é que uma lista de 55 nomes entregue ao Planalto ainda em fevereiro foi feita de comum acordo entre as duas partes. Liquidado. Até agora, da relação apresentada pelo PMDB, a presidente Dilma Rousseff aproveitou sete indicações, considerando as duas feitas na sexta-feira: Geddel Vieira Lima para a Diretoria de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Orlando Pessuti para uma vaga no Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Elias Fernandes para a diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Flávia Grosso para o comando da Zona Franca de Manaus e Colbert Martins para uma diretoria da Embratur. As maiores pressões do partido para as novas nomeações recaem sobre os ex-senadores José Maranhão (PB) e Leomar Quintanilha (TO), para os quais são pedidas diretorias em bancos oficiais, e Valter Pereira (MS), que poderá ocupar uma diretoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Eunício Oliveira (CE), exige a nomeação de Cesar Augusto Pinheiro para a diretoria de Infraestrutura do Dnocs. O partido quer ainda duas diretorias do BNDES, manter Pedro Alcântara na diretoria Administrativa da Chesf, uma diretoria do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) para Mauro Benevides Filho, filho do deputado Mauro Benevides (CE), e uma diretoria da Petroquisa para Marcos Melo. Liderança. De acordo com informações do Palácio do Planalto, Dilma deverá escolher o senador Eduardo Braga (AM) para o cargo de líder do governo no Congresso. Com isso, ela recompensará Braga, tido como responsável pelos mais de 80% dos votos que obteve no Amazonas na eleição presidencial, deixando de lado o deputado Mendes Ribeiro Filho (RS), candidato ao cargo, mas desgastado depois da votação do Código Florestal. "Nós esperamos que o líder seja o Mendes Ribeiro. Seria importante para a Câmara. Mas essa é uma decisão da presidente", afirmou o líder Henrique Eduardo Alves, resignado. Os deputados do PMDB argumentam que escolha de mais um senador para o cargo põe a Câmara em desvantagem. /COLABORARAM CHRISTIANE SAMARCO E EUGÊNIA LOPES

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