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No Rio, Alckmin promete crescimento econômico e cobra PF

Tucano grava na tarde deste domingo uma entrevista para o programa Roda Viva

Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse neste domingo que espera que a Polícia Federal esclareça até o dia da eleição a origem do R$ 1,7 milhão apreendidos com petistas presos em São Paulo há um mês, negociando um dossiê contra tucanos. Para Alckmin, o governo dificulta a ação da PF e dá um "péssimo exemplo" ao País ao deixar que a eleição aconteça sem o esclarecimento do caso. "É muito triste a gente chegar ao final de uma campanha para a Presidência da República sem alguém prestar contas à sociedade dessa verdadeira fortuna encontrada com petistas para comprar dossiê", disse, acrescentando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mente ao dizer que não sabe. "Saber, claro que os petistas e o Lula sabem. O problema é que eles não falam", reafirmou o tucano, ao fim de sua visita a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Alckmin trocou, na última sexta-feira, a caminhada promovida domingo pelo PSDB, na orla de Copacabana e Ipanema, na zona sul do Rio, por uma visita a Caxias, na companhia do ex-prefeito da cidade, José Camilo Zito dos Santos, e da filha dele Andréia Zito. Fenômeno eleitoral, Zito foi o deputado estadual eleito mais votado do Rio, com 204 mil votos, e ainda elegeu a filha deputada federal com votação parecida, 190 mil votos. Acompanhados também do deputado Eduardo Paes (PSDB), candidato derrotado ao governo estadual, eles visitaram feiras livres no bairro de Saracuruna e no Centro de Caxias. O tucano cumprimentou freqüentadores e feirantes, muitos deles comerciantes de produtos pirateados. "A primeira coisa é a agenda do crescimento. O que as pessoas querem é ter trabalho, salário digno, renda para poder sustentar com honestidade suas famílias", disse o tucano, que prometeu reduzir impostos das pequenas empresas para estimular a geração de empregos formais. Alckmin também defendeu o desaparelhamento de estatais. "Vou manter e fortalecer as estatais e ninguém vai precisar ter carteirinha de partido político. As pessoas serão prestigiadas pelo mérito". Sobre o aumento da vantagem de Lula mostrada na última rodada de pesquisas, o candidato do PSDB disse que ainda é possível virar o jogo. "Essa semana é decisiva, concentra uma atenção maior. Há os 10 milhões de votos que estão observando o processo eleitoral, o que é uma prova de sabedoria, de quem quer comparar bem. Lula e o PT já tiveram a sua oportunidade". Fator Garotinho O ex-governador Anthony Garotinho, que provocou uma crise na candidatura tucana ao declarar apoio a Alckmin há três semanas, não participou da caminhada, apesar de ter se comprometido a pedir votos para o tucano na Baixada. Mesmo assim, ele se fez presente em carros de som que veiculavam gravações com a voz do ex-governador. "Não dá para votar no Lula", repetia a gravação que vinha de uma kombi decorada com fotos de Alckmin e Sergio Cabral (PMDB), o candidato de Garotinho ao governo estadual, que apóia Lula. Garotinho ainda espera a chance de deixar a condição de aliado invisível na campanha de Alckmin e permanece afastado dos tucanos do Rio. Na última terça-feira, quando o ex-governador planejava iniciar a inauguração de uma série de comitês para Alckmin na Baixada, o tucano estava no Rio, mas preferiu a companhia do prefeito Cesar Maia (PFL), na capital. Empecilho Na cidade em que Lula venceu o primeiro turno com mais de 60% dos votos, Alckmin teve de ouvir várias vezes gritos com o nome do presidente nas ruas. O tucano também demonstrou não estar muito à vontade com Zito, que na maior parte do tempo caminhava distante dele, provocando reações mais empolgadas dos freqüentadores das feiras. No final da caminhada no centro, os cabos eleitorais tucanos encontraram petistas que agitavam bandeiras de Lula. Houve uma guerra de palavras de ordem, mas quando Zito se aproximou, com semblante fechado, todos passaram a gritar o nome dele, minimizando o constrangimento para a passagem do tucano até um bar, onde tomou café antes de ir embora. Na despedida, Zito cobrou a volta de Alckmin à Baixada com a presença de Garotinho, mas não ouviu uma resposta do tucano. "Quer ganhar a eleição, tem que fazer, né? Depende dele. Eu dei a fórmula de ganhar a eleição", disse Zito, para quem até Cesar Maia, inimigo político de Garotinho, deveria se juntar ao grupo. "É hora de as lideranças se despirem de suas vaidades pessoais e entrar nesse barco com tudo para ganhar a eleição. Ainda há tempo". Conteúdo ampliado às 19:13

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