No Rio, motoristas de vans invadem Secretaria de Transportes

Grupo protesta contra nova regra adotada pela prefeitura para o transporte alternativo

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Por Adriano Barcelos
Atualização:

RIO - Um grupo de aproximadamente 70 motoristas de vans da região de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, invadiu o prédio da Secretaria Municipal de Transportes na tarde de hoje, dia 14. Antes, pela manhã, a favela de Rio das Pedras havia sido palco de manifestações por causa da nova regra adotada pela prefeitura para o transporte alternativo na área. Protestos têm sido feitos na comunidade nos últimos quatro dias.

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As medidas entraram em vigor no sábado e estabelecem que apenas vans autorizadas poderão atuar em quatro vias de Jacarepaguá e da Barra da Tijuca: avenidas das Américas, Ayrton Senna, Armando Lombardi e Ministro Ivan Lins. Nos protestos em Rio das Pedras, pneus e sacos de lixo foram queimados. A principal avenida da favela, a Engenheiro Sousa Filho, foi interrompida. Depois disso, cerca de 200 motoristas foram até a subprefeitura da Barra e de Jacarepaguá, congestionando ainda mais o trânsito da região.

O grupo de motoristas que invadiu a sede da secretaria chegou ao local por volta de meio-dia. Eles forçaram a entrada e danificaram a porta de vidro que dá acesso ao saguão, mas antes que a situação ficasse mais tensa o coordenador especial de transporte complementar, Cláudio Ferraz, resolveu recebê-los.

O encontro durou mais de três horas. Ao final, os motoristas se mostraram otimistas. Há a expectativa de que, até amanhã, não ocorram mais protestos em Rio das Pedras, pois uma nova reunião foi marcada. No encontro, a prefeitura espera receber dos responsáveis pelas vans propostas com alternativas de rotas para a região. 

A Prefeitura do Rio acredita que milicianos da região estão por trás dos protestos em Rio das Pedras, de acordo com funcionários municipais. Os milicianos cobrariam uma taxa dos motoristas e estariam contrariados com as mudanças implementadas pela administração do prefeito Eduardo Paes (PMDB).

Ontem, a Polícia Civil fez uma blitz na comunidade para averiguar a prática de diversas irregularidades. Na ação, um restaurante foi fechado, sob a acusação de que tinha ligação ilegal de luz e água, além de alimentos fora das especificações.

Um inquérito foi aberto pela 32ª Delegacia de Polícia (DP), para apurar os responsáveis pela interrupção do trânsito e pela queima de objetos.

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