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No RS, fiscais encontram 23 em situação análoga à da escravidão

Por Elder Ogliari e PORTO ALEGRE
Atualização:

Um grupo de 23 pessoas trabalhava em condições degradantes, consideradas análogas às da escravidão, na colheita de batatas de uma fazenda em Bom Jesus, no nordeste do Rio Grande do Sul. A exploração da mão de obra foi descoberta por fiscais do Ministério do Trabalho no último dia 6 e confirmada ontem.Na investigação, os fiscais constataram que os trabalhadores, vindos do Maranhão, haviam sido aliciados no interior de São Paulo por uma pessoa identificada como Maria. No Sul, submetiam-se a um acordo pelo qual não tinham vínculo em carteira e eram pagos pela intermediária, que ficava com cerca de 30% do rendimento.Os trabalhadores enfrentavam condições inadequadas tanto na lavoura quanto nos alojamentos. "Eles estavam dormindo no chão, sem banheiro e sem refeitório adequado", narrou a procuradora do Trabalho de Caxias do Sul, Priscila Boaroto.O produtor rural, cujo nome não foi divulgado, teve de regularizar a situação dos trabalhadores, pagar verbas rescisórias e assegurar condições de retorno do grupo ao seu local de origem. A multa para cada obrigação descumprida é de R$ 30 mil.O Ministério Público do Trabalho encaminhou relatório ao Ministério Público Federal para avaliação das medidas a serem tomadas na área penal.

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