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No Senado, Kersul critica vazamento na CPI da Câmara

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Por João Domingos
Atualização:

O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, mostrou-se irritado ontem com o vazamento da transcrição da caixa-preta do Airbus da TAM, com os diálogos dos pilotos nos últimos minutos do vôo. No início do seu depoimento à CPI do Senado que investiga a crise no setor aéreo, Kersul se queixou do fato de terem sido publicadas as declarações que fez à CPI da Câmara no dia anterior, na sessão secreta que discutiu o conteúdo da caixa-preta. Ele avisou que retirava tudo o que falara à CPI, porque suas afirmações ''''não têm nenhum valor científico, tudo se baseou em hipóteses''''. O chefe do Cenipa mostrou indignação especialmente com a alegação dos deputados da CPI, de que as transcrições do conteúdo da caixa-preta do Airbus já tinham vazado para a imprensa e, portanto, não havia mais razão para serem mantidas em sigilo. Kersul voltou a dizer que ao divulgarem os dados os deputados violaram normas da aviação internacional e isso prejudica o Brasil. Ele argumentou que aparelhos como as caixas-pretas dos aviões foram inventados ''''para fazer prevenção, para o erro de uma pessoa não ser cometido por outra, e por isso é importante o sigilo, é importante que os países respeitem os tratados internacionais.'''' O presidente da CPI do Senado, Tião Viana (PT-AC), concordou e afirmou que a CPI da Câmara, ao permitir a divulgação dos diálogos, compromete o Brasil diante dos organismos internacionais aeronáuticos. Viana disse que o respeito aos tratados internacionais ''''parece que não ocorreu'''' na CPI da Câmara. Kersul respondeu: ''''Não ocorreu ontem e não tem ocorrido.'''' O senador Demóstenes Torres (PMDB-GO), que integra a CPI, foi mais longe, ao criticar o desrespeito aos acordos internacionais. Afirmou que todos os 24 deputados da CPI da Câmara ''''deveriam perder o mandato por quebra de decoro.''''

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