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No Sul, Alckmin prioriza discurso contra corrupção

O candidato disse que "aonde se vai nesse submundo do crime na política está o PT"

Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, disse neste sábado, em entrevista no aeroporto de Passo Fundo (RS), que "aonde se vai nesse submundo do crime na política está o PT". Demonstrando estar disposto a insistir no tema corrupção na reta final da campanha, o ex-governador de São Paulo acusou o partido de seu adversário na corrida eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de fazer um vale-tudo para manter o poder a qualquer custo. "É um desapreço pelos valores que o povo brasileiro alimenta", reiterou, já em discurso para cerca de 700 pessoas que comemoravam o aniversário do candidato do PP ao governo do Rio Grande do Sul, Francisco Turra, no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Lalau Miranda. "Aos nossos filhos nós ensinamos a não roubar e não mentir, mas o exemplo que vem de Brasília é o pior possível". Em seus comentários, o candidato tucano fez referências a dois episódios recentes para dizer que o envolvimento de seus adversários com a corrupção é "sistêmico, endêmico e autoritário" Um deles é a contratação, por R$ 11,6 milhões, da edição e distribuição de revistas com conteúdo favorável ao governo que o TCU investiga. O outro, é a prisão do empresário Luiz Antônio Vedoin, acusado de chefiar a máfia das sanguessugas, e de seu tio, Paulo Roberto Trevisan. Eles estariam tentando vender material que vincularia políticos do PSDB com a compra superfaturada de ambulâncias. No discurso para os partidários do PP, que enfrentam a tucana Yeda Crusius na disputa pelo governo do Estado, mas apóiam Alckmin na corrida presidencial, o ex-governador de São Paulo prometeu "acabar com a praga da corrupção", tornar o governo eficiente e fazer o Brasil crescer. Como falava para uma platéia de uma região agrícola, castigada pela estiagens de 2004 e 2005, pelo câmbio e pela baixa cotação dos grãos, o tucano acusou Lula de descuidar da produção primária do País. Alckmin também criticou a política internacional do governo brasileiro. "Esse episódio da Bolívia (confisco de receitas da Petrobras, anunciado na terça-feira, mas suspenso temporariamente) foi muito ruim, porque passou para o mundo um exemplo de insegurança jurídica que afasta investimentos", avaliou. O candidato tucano também sustentou que a posição "dúbia" do governo brasileiro no episódio pode trazer conseqüências ruins para o povo em seguida. "Passada a eleição vai vir a conta, que é o aumento do preço do gás", advertiu, destacando que "o presidente do Brasil tem que defender o interesse do Brasil". Alckmin também pediu a seus simpatizantes que tenham cuidado com as pesquisas. Lembrou que se dependesse delas não teria sido eleito governador de São Paulo. Apesar da recomendação, citou consultas que o colocam na liderança em São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul e o crescimento de seus índices em Goiás, Minas Gerais e todo o Nordeste, para demonstrar convicção de que vai para o segundo turno em condições de ganhar a eleição. O candidato tucano passou pouco mais de uma hora em território gaúcho. Sua participação num evento de grande porte do PP estava combinada desde o início da campanha, quando Turra recebeu a declaração de apoio de Turra. Depois de discursar por oito minutos no CTG, Alckmin voltou a Santa Catarina, onde havia passado a manhã, para cumprir mais dois dos quatro compromissos de campanha que estavam marcados para o Sábado. Santa Catarina Debaixo de chuva e temperatura de 14 graus na Serra Catarinense, Alckmin fez comício e pediu votos na cidade de Lages, a 230 quilômetros de Florianópolis, no final da tarde. Recebeu a boa notícia de que havia ultrapassado Lula nas pesquisas naquela região de Santa Catarina - onde passou ao primeiro lugar - e a confirmação do apoio do candidato à reeleição, Luiz Henrique da Silveira(PMDB). Alckmin mudou o discurso soft e disparou: "Quero varrer de Brasília essa praga da corrupção, da roubalheira". Por causa da chuva, o comício teve de ser transferido da rua para um teatro, onde mil pessoas se concentraram na platéia e no hall de entrada enquanto centenas de outras acompanharam o evento pela sonorização externa. Afirmou que pretende moralizar o governo representando cada cidadão brasileiro honesto, que ensina que não se pode mentir, nem roubar, e por isso mesmo, não admite governo que não seja da verdade e da honestidade. Propôs a Luiz Henrique a continuidade da parceria, como possíveis presidente e governador, para conclusão da BR/282 que está com obras paradas em seu trecho final de cerca de 50 quilômetros por causa de irregularidades nos contratos de construção. Resumiu sua proposta frisando: "quando nos damos as mãos, quem ganha é o povo que espera mais de seu governo central". Mais emprego, mais atenção ao jovem e mais oportunidades para as mulheres também estiveram, no discurso do presidenciável. Reverter a situação em que se encontra nas pesquisas de intenção de voto passa pela evolução da aprovação que Geraldo Alckmin diz estar tendo nas regiões Norte e Nordeste. Por esse caminho ele espera provocar a realização do segundo turno da eleição presidencial. Acha está perto disso e chega a afirmar que numa segunda etapa vira o jogo e se elege presidente da República. Joinville A chuva que atingiu Joinville no início da noite atrapalhou o comício que Geraldo Alckmin realizaria na Praça da Bandeira, no centro da cidade. O último compromisso de campanha do dia do tucano acabou se transformando em um ato no Ginásio de Esportes Abel Schultz, com público em sua maioria por militantes trazidos por candidatos a deputado. Em breve saudação, o presidenciável do PSDB manteve a linha de críticas ao presidente Lula, sem citá-lo nominalmente. "O primeiro compromisso é acabar com a roubalheira, com essa praga da corrupção. O País tem um governante que dá exemplo cotidiano ruim", discursou. "Governo precisa ter princípios e valores."

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