Nos hotéis, moradores afetados pela cratera avaliam estragos

Moradores se queixam das atitudes do Metrô quanto a alertas de explosões

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Por Agencia Estado
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Os moradores da região da futura estação Pinheiros da Linha 4 - Amarela do Metrô que tiveram suas casas interditadas passaram o dia contabilizando os estragos. Depois da abertura de uma cratera próxima à rua Capri, eles foram levados entre o final da tarde de sexta-feira e início da madrugada deste sábado para os hotéis Golden Tower e L´Opera, onde devem permanecer até que os laudos da engenharia da construção comprovem que não há mais risco de desabamentos. Nilton Tapxure, de 46 anos, chegou no hotel às 17h de sexta-feira junto com a mulher e três filhos. Antes eles foram levados para fazer exame de corpo de delito. Na hora do acidente, ele conta que não estava na região, mas seu filho de 12 anos sofreu o impacto. "Ele ficou muito nervoso e traumatizado. Por sorte, só tivemos perdas materiais". Tapxure é o dono do estacionamento onde estava o automóvel Tempra, de cor verde, que foi sugado no desmoronamento. Além de trabalhar no local, Tapxure também mora na rua Conselheiro Pereira Pinto, próximo à obra. Na sua casa, o muro ficou rachado e vários azulejos caíram. Em novembro de 2006, ele chegou a reclamar para o Metrô, mas os responsáveis pela vistoria disseram que "era normal" o que estava acontecendo. Nos últimos tempos, a rua sequer foi interditada durante as explosões. Segundo Tapxure, ele e outros moradores estão se mobilizando para mover uma ação coletiva na Justiça contra a arbitrariedade da construção. Hospedagem Elisabeth Brito Bertolino, assistente administrativa, também moradora da rua Conselheiro Pereira Pinto, está no mesmo hotel que Tapxure. Ela diz que saiu de casa apenas com a roupa do corpo e que a previsão inicial é três dias de hospedagem. De acordo com o assessor do Metrô, Mauro Bastos, os moradores ficarão nos hotéis o tempo que for necessário. As estadias estão sendo pagas pelo Metrô. Segundo a recepção do Golden Tower, mais de 50 pessoas estão hospedadas e houve uma negociação entre a gerência do estabelecimento e o Metrô no acerto dos valores. Para clientes normais, as diárias variam entre R$ 139 e R$ 164 (finais de semana) e R$ 203 e R$ 228 de segunda a sexta-feira. O hotel L´Opera não informou quantos moradores estão hospedados, e lá a diária é um pouco mais barata: R$ 99 nos finais de semana e R$ 129 nos demais.

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