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Nova Marginal não tem plano de emergência

Por e Diego Zanchetta
Atualização:

As obras de ampliação da Marginal do Tietê não dispõem de um plano de emergência em casos de alagamentos, como o que paralisou a mais importante artéria viária de São Paulo no temporal de terça-feira. A exigência existe. Consta do Parecer 127, emitido em 19 de março pela Câmara Técnica II do Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Cades). A empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), responsável pela execução do projeto, diz que o plano de emergência ainda está em fase de elaboração, uma vez que a exigência do Cades começaria a vigorar só após a conclusão das obras.Procurada ontem, a coordenadora-geral do Cades, Helena Magozo, reiterou o que disse o gerente de Meio Ambiente da Dersa, Marcelo Arreguy Barbosa. Dentro do Cades, porém, esse entendimento não é unânime. Dos 19 conselheiros que aprovaram o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto, dois disseram ao Estado que o plano já deveria ter sido entregue. "Cada frente de obra deve ter um estudo. Esse material precisa estar na mão. O prazo de entrega era de 45 dias. Foi isso que nós votamos", afirma Jorge Jamal Ayad Badra, conselheiro indicado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio).O conselheiro indicado pelo Instituto de Engenharia (IE), Marcos Moliterno, tem a mesma opinião. "Esse plano tinha de ser feito antes do início da obra. É preciso ter isso durante a execução do projeto porque estão tirando uma grande quantidade de terra daquela área", assinalou. "Depois que as pistas estiverem prontas, analisaremos outros aspectos. Nessa fase, tudo o que falamos diz respeito à obra."A promotora Maria Amélia Nardy Pereira, da Promotoria de Habitação e Urbanismo, também reagiu à falta do plano. "É mais um pedido feito pelo Cades que não foi cumprido". Anteontem, ela emitiu parecer no qual pede a paralisação das obras na Marginal. O item "Drenagem Urbana e Pontos de Alagamento" do relatório do Cades traz três exigências: mapeamento dos pontos de alagamento na área diretamente afetada pela obra e detalhamento das medidas mitigadoras; projeto de drenagem pluvial; plano de emergência e interrupção da via por alagamento, que incluam procedimentos para interrupção do tráfego, uso de rotas alternativas e orientação aos usuários.Em nota, a Dersa diz ter entregue o mapeamento dos pontos de alagamento e o projeto de drenagem. Informou que "as medidas e procedimentos de emergência em casos de alagamentos, acidentes, são atribuições da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que anuiu o projeto da Readequação Viária da Marginal Tietê". O gerente de Meio Ambiente da Dersa, por sua vez, disse que o plano exigido pelo Cades está sendo desenvolvido em parceria com a CET.

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