Nova onda de ataques na capital, Grande SP e litoral, deixa três mortos

Acredita-se que os ataques estejam relacionados à prisão de Emivaldo da Silva Campos, conhecido por BH, ocorrida na noite de ontem em São Bernardo do Campo, no Grande ABC

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Por Agencia Estado
Atualização:

Madrugada de 24 ataques criminosos Uma onda de 24 ataques de criminosos, confirmados pela Polícia Militar, a policiais da guarda civil metropolitana, prédios públicos e particulares foi registrada nesta madrugada de quarta-feira na capital e no litoral sul paulista. Acredita-se que os ataques estejam relacionados à prisão de Emivaldo da Silva Campos, conhecido por BH, ocorrida na noite de ontem em São Bernardo do Campo, no Grande ABC. O bandido era considerado pela Polícia Civil a última "torre externa" do Primeiro Comando da Capital (PCC), que também age com quatro "torres internas" - dentro dos presídios. As duas fora agiam no interior, em cerca de 200 municípios, e outra na Baixada Santista e também no Grande ABC. Ataques Dois vigilantes da empresa GP, firma terceirizada que presta serviços de segurança na cidade de Guarujá, no litoral, foram atacadas entre 0h e 0h30 de hoje. Um deles, identificado como Éverson de Souza Silva, foi baleado com vários tiros em frente a uma escola no bairro de Morrinhos e morreu. O outro, de prenome Geílton, foi baleado por um grupo de jovens, todos em bicicletas, na porta do Instituto Médico Legal (IML), localizado na Rua Lídio Martins Correa, no mesmo bairro. Geílton foi levado em estado grave para o Hospital Santo Amaro. Ambas as ocorrências foram registradas no Distrito Policial Sede do Guarujá. Por volta das 21h30 de ontem, em São Vicente, o filho de um carcereiro foi baleado por desconhecidos e encaminhado ao Pronto-Socorro do Centro de Referência em Emergência e Internação (Crei). Ainda no litoral, mas agora no centro da cidade de Santos, uma agência bancária do Bradesco, situada Rua Sete de Setembro, foi alvo de incendiários. A fachada de uma loja do Pão de Açúcar, na Rua Maria Antonia, região da Consolação, centro da capital, foi atingida, por volta das 2h15 desta madrugada, por vários tiros disparados por dois homens que teriam fugido a pé. Incendiários também atacaram, por volta das 2h30, o galpão de uma loja do supermercado Comprebem, cuja loja fica na Rua Condessa de São Joaquim esquina com rua dos Bororós, região da Bela Vista, também no centro da cidade. Nos vidros de ambos os supermercados os criminosos fixaram cartazes nos quais foram escritos: "Contra a opressão carcerária". Bancos Ataques também foram registrados contra agências bancárias nesta madrugada de quarta-feira. Uma agência do Banco Itaú, na altura do nº 6.400 da Avenida Santo Amaro, em Santo Amaro, na zona sul da capital, e outra, do Bradesco, localizada na Rua Tabatinguera, na Sé, no centro, foram alvos também de incendiários. Um suspeito, que portava material usado na fabricação de coquetéis molotov, foi detido minutos depois pela Polícia Militar na Rua Teixeira Leite, também região da Sé. Uma agência bancária do Itaú, na altura do nº 2.966 da Rua da Mooca, e uma loja de carros, na altura do nº 418 da Rua Tobias Barreto, na região da Mooca, também foram parcialmente destruídas por coquetéis molotov. Nenhum bandido havia sido preso até às 5h. PM e Guarda Municipal Dois policiais militares, um da Força Tática, identificado como Lorenzo, e outro da 2ª Companhia do 18º Batalhão, foram atacados, por volta da 0h30 desta quarta-feira, em Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da capital paulista. Segundo as primeiras informações, o soldado Odair José Lorenzi, 29 anos, lotado na Força Tática, que mora na Rua Alfredo Werner, próximo a um conjunto habitacional, ao lado do Cemitério de Vila Nova Cachoeirinha, foi chamado até a porta por uma mulher e, ao atender, acabou metralhado por desconhecidos, morrendo a caminho do pronto-socorro do mesmo bairro. A irmã do policial, Rita de Cássia Lorenzi, 39 anos, que mora na mesma casa, ouviu os tiros, abriu a janela e foi baleada na testa e acabou morrendo também. Várias viaturas do 18º Batalhão da PM foram acionadas. Um dos policiais, lotado na 2ª Companhia, foi baleado quando se aproximava da casa do colega de corporação morto. O policial, atingido nas pernas e no peito, foi levado também para o pronto-socorro de Vila Nova Cachoeirinha, onde passou por cirurgia. Os criminosos estão foragidos. O casos foram registrados no 40º Distrito Policial, de Vila Santa Maria. Criminosos também atacaram duas bases da Polícia Militar e três da Guarda Municipal na capital paulista. Uma das bases da PM pertence à 2ª Companhia do 13º Batalhão e fica na Praça Rotary, em Santa Cecília, região central. A outra, do 16º Batalhão, fica na Rua Flávio Américo Maurano, em Paraisópolis, região do Morumbi, na zona sul. Ocupando quatro carros, bandidos armados atiraram contra duas bases da Guarda Municipal no extremo leste da capital paulista. Os ataques ocorreram entre as 2h e 3h desta madrugada. Uma das bases, localizada na altura do nº 1.331 da Avenida dos Têxteis, em Cidade Tiradentes, é uma das sedes do Comando Leste da corporação. Ninguém ficou ferido. O mesmo grupo seguiu em direção à outra base na Praça Getúlio Vargas, na esquina da rua Cosme Deodato Tadeu, em Guaianazes, e disparou mais de 20 tiros, mas também não houve feridos. Segundo a Guarda Municipal, na mesma área os criminosos roubaram cinco táxis, que podem ser usados em novos ataques. A terceira base atacada fica na altura do nº 125 da Avenida Silvio Ribeiro Aragão, no Campo Limpo, zona sul. Segundo os guardas, os criminosos estavam em um veículo Golf e conseguiram fugir. Ninguém ficou ferido também. Delegacia O prédio do 2º Distrito Policial de Suzano, na Grande São Paulo, localizado na avenida Francisco Marengo, bairro Miguel Badra, foi metralhado por volta das 3h de hoje. Aproximadamente 15 tiros atingiram as paredes da delegacia. Como o local não funciona no período noturno, não há informações sobre a autoria do atentado. Ônibus Dois ônibus da empresa Santa Brígida e uma lotação da cooperativa Transcooper foram incendiados na zona oeste na manhã desta quarta-feira. Os ataques ocorreram praticamente ao mesmo tempo, por volta das 5 horas. Dois deles aconteceram na rua Professor José Lourenço, um no ponto inicial da linha 489-A, que faz o trajeto Vila Zatti-Terminal Barra Funda, e outro da linha 847-P/41, que circula da Vila Zatti até o Itaim Bibi. Segundo a SPTrans, testemunhas afirmam que dois veículos, uma Kombi e um Gol, pararam ao lado dos coletivos. Os passageiros dos veículos saíram e ordenaram aos passageiros dos coletivos que saíssem e atearam fogo. Na avenida Raimundo Pereira de Magalhães, altura do número 5.892, seis pessoas bloquearam a passagem da lotação que fazia a linha Jardim Rincão-Terminal Pirituba e mandaram os passageiros saírem e também atearam fogo no veículo. Ninguém ficou ferido nos ataques.

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