Nova onda de violência: 73 ataques e pelo menos 6 mortos

Entre os 85 alvos atacados estão bases da Polícia Militar, onze bancos, seis revendedoras de veículos, dois supermercados, uma loja, um sindicato e três residências de PMs e trinta ônibus

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Por Agencia Estado
Atualização:

Dois meses após a primeira onda de ataques a prédios e homens da força de segurança do Estado de São Paulo, o Primeiro Comando da Capital (PCC) retomou a série de atentados. Em menos de 24 horas, os criminosos fizeram 73 ataques a 83 alvos, como bases da PM, delegacias, prédios públicos, agências bancárias, supermercados, lojas de carro, casas de policiais e ônibus. Pelo menos seis pessoas foram mortas nos atentados - um policial militar, a irmã dele, três vigias terceirizados e um guarda civil. A polícia investiga ainda outras duas mortes, a do filho de investigador e de um agente penitenciário, em São Vicente e Campinas, respectivamente. Às 22h50 de segunda-feira, os homens da inteligência da Polícia Civil interceptaram uma ordem da cúpula do Primeiro Comando Capital (PCC) para um dos pilotos da organização. Era para "atacar tudo". O secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, chegou a dizer que os atos terroristas seriam uma retaliação da organização à divulgação de uma falsa lista de presos que seriam transferidos para o presídio federal de Catanduvas. Mas, segundo a Nova Ordem, uma associação de familiares de presos que é investigada como suposto braço do PCC, a represália foi motivada pelos maus-tratos que os detentos têm sofrido dentro dos presídio. Essa hipótese é a mais provável, segundo o Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), que tem feito escutas telefônicas. "Contra a opressão carcerária", "Fim da Opressão carcerária" e, novamente "Contra a opressão carcerária". Faixas e cartazes assim foram deixados em pelo menos três dos alvos civis atacados pelos criminosos do PCC: em dois supermercados do centro e nos ônibus queimados na Vila Zatt, zona norte. Bancos, ônibus, concessionárias e supermercados foram atacados a bala e coquetel molotov. Com relação aos atentados de maio, a principal novidade entre os alvos foram os supermercado. Cinco suspeitos foram presos e um menor foi detido. A SSP não confirma a morte do filho de um investigador em Mauá, em São Vicente. Entre os alvos atacados estão bases da Polícia Militar, onze bancos, seis revendedoras de veículos, dois supermercados, uma loja, um sindicato e três residências de PMs e trinta ônibus, desde as 22 horas de terça. Em São Carlos, na região norte do Estado, dois jovens que aparentavam ser menores de idades comandaram o ataque a um ônibus. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o governador paulista, Claudio Lembo, por continuar recusando a oferta da ajuda da Força Nacional para conter a onda de violência. Lula classificou a situação do Estado de grave e fora de controle, cobrou atitude dos governantes paulistas e afirmou que a oferta será repetida amanhã ao governador Cláudio Lembo pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Para Lembo, o reforço policial não é oportuno nem necessário, pois o efetivo de segurança paulista é o maior e mais bem equipado entre os Estados brasileiros. Por Ricardo Valota, Carina Flosi, Rose Mary de Souza, Solange Spigliatti, Paulo R. Zulino, Fabiana Marchezi e Rita Magalhães

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