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Novas versões para o tiroteio no morro Pavão-Pavãozinho

Por Agencia Estado
Atualização:

Duas novas versões foram apresentadas hoje para a noite de pânico ontem em Copacabana, na zona sul. Revoltados com a morte de três pessoas num tiroteio, moradores do morro do Pavão-Pavãozinho enfrentaram a polícia queimando caixotes e apedrejando automóveis nas ruas do bairro. Enquanto o subsecretário de Segurança Marcelo Itagiba sustentava que os três mortos eram traficantes que enfrentaram a polícia, moradores e parentes tentavam provar que eles foram executados a sangue frio. O secretário de segurança pública, Anthony Garotinho determinou a apuração do caso e disse que não irá tolerar manifestações violentas. "A partir desta data, manifestantes que queimarem pneus, apedrejarem viaturas ou tenham atitudes como nós vimos serão presos e autuados por associação para o tráfico", garantiu. O morro permanecerá ocupado pela polícia. Logo pela manhã, o comandante do batalhão de Polícia Militar de Copacabana, tenente-coronel Dario Cony, desmentiu a versão apresentada na véspera de que o incidente tinha começado com um confronto entre quadrilhas. Ele afirmou que o tiroteio foi iniciado quando policiais do Grupamento de Policiamento de Áreas Especiais (GPAE), uma espécie de policiamento comunitário, receberam um chamado. No caminho, eles teriam sido recebidos a bala por bandidos num lugar conhecido como Quinta Estação e a troca de tiros teria resultado na morte do faxineiro Alexandre Firmiano de Souza, de 26 anos, do gari comunitário André da Conceição de Oliveira, de 30, e de Estevão Laureano Martins de Uzeda Júnior, de 17, que ajudava os pais numa feira de artesanato do bairro. De acordo com a polícia, três armas foram apreendidas com eles: um revólver calibre 38, uma pistola 380 e uma 40 com mira laser. De acordo com Cony, o batalhão de Copacabana só foi acionado para ajudar a remover os corpos e controlar o protesto dos moradores. Os policiais utilizaram balas de borracha e bombas de efeito moral. Para a presidente da Associação de Moradores do Pavão-Pavãozinho, Alzira Maria Barros do Amaral, a incursão do GPAE foi uma retaliação a um documento que ela diz ter enviado à Secretaria de Segurança Pública pouco antes do carnaval relatando abusos cometidos por policiais do grupamento local. Reunidos na associação, vários moradores contaram que dois policiais entraram atirando na favela e mataram dois dos três mortos pelas costas. Uniformizados e com colete à prova de balas, eles teriam retirado Alexandre de um pequeno bar e o mataram a queima-roupa. Alguns moradores dizem que desde a troca de comando do GPAE, que mantinha bom relacionamento com a população, há cerca de um ano, policiais têm realizado incursões e cometido abusos sem identificação e muitas vezes com os rostos pintados. A governadora Rosinha Matheus cancelou uma reunião da cúpula de segurança marcada para hoje para analisar o caso. Ela atribuiu os confrontos da noite de ontem a ordens de bandidos do complexo penitenciário de Bangu. À tarde, o secretário de segurança pública, Anthony Garotinho, reuniu-se com cerca de 20 moradores do Pavão-Pavãozinho. Ele afirmou que vai ouvir o comandante do GPAE, major Marco Aurélio Santos, e determinou um prazo de uma semana para o inspetor-geral da secretaria, coronel João Carlos Ferreira, investigar a atuação dos policiais no episódio e produzir um relatório. As entradas do morro ontem tiveram policiamento reforçado. Sem novos incidentes, o comércio de Copacabana pôde abrir as portas normalmente. No morro, o comércio dos becos fechou as portas no final da manhã, quando policiais do GPAE fizeram nova incursão à favela. Alexandre Rodrigues Cubatão A forte chuva que caiu em Cubatão na tarde de ontem provocou o deslizamento de morros na pista Norte (descida) da Anchieta, que teve de ser interditada por causa da queda de uma árvore no quilômetro 45. O tráfego foi desviado para a pista Sul. No morro do Gonzaga, a terra também cedeu a prefeitura recomendou que três famílias de retirassem por precaução. Nenhuma das casas foi atingida pelo desmoronamento. O rio Piaçaguera transbordou, provocando uma grande inundação no Jardim São Marcos, próximo ao pólo industrial e 20 famílias ficaram desabrigadas, tendo sido encaminhadas para casa de familiares e amigos. São Vicente também teve problemas com o temporal, principalmente no Jardim Guaçu, onde foram registrados alagamentos, sem vítimas.

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