Novo presidente da Infraero assume sob investigação do TCU

Gaudenzi deverá esclarecer os R$ 16 milhões pagos pela agência espacial para a viagem de Marcos Pontes

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Por Isabel Sobral
Atualização:

O novo presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, escolhido pelo ministro Nelson Jobim, assumirá o cargo já tendo que dar explicações sobre uma análise de contas aberta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) envolvendo sua gestão à frente da Agência Espacial Brasileira (AEB), da qual é presidente. O TCU pediu esclarecimentos sobre o fato de R$ 16 milhões, parte do custo da viagem do astronauta brasileiro Marcos Pontes na nave russa Soyuz, terem sido pagos sem prévia autorização do Congresso Nacional. A troca de comando na diretoria da Infraero, estatal que administra os aeroportos, será homologada nesta segunda, 6, em reunião do Conselho de Administração da Infraero, primeiro encontro após o ministro da Defesa, Nelson Jobim assumir o cargo. Jobim é também presidente do conselho e deverá formalizar a decisão de demitir o brigadeiro, José Carlos Pereira, e nomear Gaudenzi para a função. No último sábado, depois de ter sido comunicado por Jobim da mudança na sexta-feira, Pereira relatou que não aceitou entregar ao conselho uma carta de demissão e anunciou que participará de parte da reunião em que o ministro o demitirá. "Não pedi para entrar, por isso não tenho que pedir para sair", afirmou o brigadeiro no final de semana. No final de semana, Jobim afirmou em Coari (AM) que "não houve participação partidária" na escolha de Gaudenzi para a Infraero porque ela foi exclusivamente sua e feita dentro do critério de gestão que pretende implementar nos órgãos responsáveis pelo setor aéreo do País. Ele adiantou ainda que a tendência é haver mudanças nas demais cinco diretorias da empresa. Jobim esteve em Coari acompanhando a Operação Solimões,uma simulação de guerra envolvendo tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. De volta à Brasília, ele presidirá nesta segunda-feira, pela primeira vez, uma reunião do Conselho de Administração da Infraero que, segundo o estatuto da empresa, tem entre suas atribuições a fiscalização das ações dos diretores, a fixação de políticas a serem executadas e aprovar a contabilidade e o orçamento anuais. O conselho é um órgão colegiado presidido pelo ministro da Defesa, já que a Infraero é uma autarquia ligada ao ministério, e formado por assessores do gabinete do ministro, pelo presidente da estatal, um representante da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), outro do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) da Aeronáutica e um representante do BNDES, dono de uma parte minoritária de ações da estatal. A maior parte das ações é do Tesouro Nacional.

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