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Novo texto da proposta facilita compreensão, diz movimento

MCCE continua entendendo que projeto valerá para as eleições deste ano, em outubro, depois da sanção

Por Moacir Assunção
Atualização:

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), rede de 44 entidades responsável pela aprovação do Ficha Limpa, assegurou ontem que a redação da proposta na emenda apresentada pelo senador Francisco Dorneles (PP-RJ) não alterou o espírito do projeto. "Nosso entendimento é de que a mudança não mudou em nada o mérito do projeto. Tratou-se, apenas, de uma nova redação para facilitar a compreensão", afirmou o cientista político e membro da coordenação nacional do MCCE, Daniel Seibel.A ONG chegou a reunir seus juristas e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), relator do projeto, para analisar dúvidas sobre a redação final, vista por alguns deputados como um golpe semântico com potencial para desfigurar o projeto.Agora, de acordo com ele, as entidades vão acompanhar a apresentação do projeto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao mesmo tempo em que monitoram reações do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).A interpretação da entidade continua a ser a de que se aprovado pelo presidente até 10 de junho o projeto valerá para as eleições deste ano. "Não mexemos com contagem de votos ou qualquer outro aspecto da questão eleitoral em si. O projeto apenas tira da subjetividade o conceito de vida pregressa do candidato", afirmou Seibel.O site de mobilização pela internet, Avaaz, por sua vez, também afirma que vai acompanhar a implementação do projeto. "A aprovação é apenas o primeiro passo para o Ficha Limpa valer. Vamos nos manter mobilizados para que ele vigore logo", assegurou a coordenadora de campanhas do Aavaz, Graziele Tanaka.O Ficha Limpa, que tramitou durante oito meses no Congresso, contou com o apoio de 1,3 milhões de assinaturas em papel e outros 2 milhões pela internet no www.aavaz.org.Aprendizado. O coordenador do Movimento Nossa São Paulo, Oded Grajew, afirmou que o Ficha Limpa tem um grande valor pedagógico ao demonstrar que a população pode influir no processo. "É um grande avanço. O próximo passo deve ser a reforma política, com financiamento público de campanhas", disse. O MCCE já avisou que esta é a próxima luta das entidades.

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