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Número de acidentes aéreos em 2008 foi o maior da década

Foram 102 ocorrências, ante 99 em 2007; tendência de alta começou em 2006

Por Bruno Tavares
Atualização:

A Aeronáutica voltou a registrar crescimento no número de acidentes aéreos no País no ano passado. Foram 102 ocorrências, ante as 99 contabilizadas em 2007, quando a aviação civil brasileira assistiu à tragédia do voo 1907 da TAM, a pior de sua história, com 199 mortos. O que preocupa autoridades e especialistas do setor aéreo não é apenas o número absoluto, o mais elevado da década, similar ao de 13 anos atrás, mas sobretudo o patamar em que essas estatísticas "estacionaram" nos últimos dois anos. A tendência de alta nos acidentes começou a ser notada em 2006 e, desde então, nunca mais voltou à média de 62 casos ao ano, registrada na primeira metade desta década (2000 a 2005). A maior disparada ocorreu de 2006 para 2007, quando houve um salto de 68 para 99 ocorrências (45,5%). "Está realmente alto demais", afirma Ronaldo Jenkins, coordenador da Comissão de Segurança de Voo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). Pelo critério adotado pela Anac, no entanto, o nível de acidentes caiu 18% em 2008. A medição se baseia na divisão do número absoluto de acidentes pelo volume de combustível de aviação consumido no período. Na avaliação da agência, o índice retrata com mais fidelidade o panorama de acidentes, pois o dado bruto pode ser cotejado com um indicador do "tamanho" do mercado. Procurado pelo Estado, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que "não interpreta dados numéricos isolados, sob pena de apresentar uma realidade equivocada". Pondera ainda que, em 18 anos, o número de acidentes caiu 58,5%, enquanto a frota de aeronaves cresceu 50,8% e, portanto, não houve aumento, mas uma redução dos acidentes aéreos.

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