PUBLICIDADE

Número de bebês mortos foi "superfaturado"

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-prefeito de Teotônio Vilela, José Gomes (PMDB), denunciou que o número de bebês mortos no município, vítimas de diarréia crônica, foi "superfaturado" para tentar justificar uma verba que a atual administração espera receber do governo federal. Segundo ele, em janeiro, não morreram 10 bebês, como foi divulgado esta semana pela Secretaria Municipal de Saúde. "Estas mortes estão sendo superfturadas para a atual administração poder pedir verbas ao governo federal", afirmou Gomes, que quer a exumação dos bebês que morreram antes de completar um ano, no mês de janeiro. "Vou pedir ao Ministério Público Estadual que investigue a causa da morte dessas crianças porque eu moro na cidade e tenho certeza que não morreram 10 bebês em janeiro", disse o ex-prefeito. Gomes disse também que um funcionário da Secretaria Estadual da Saúde, que esteve quinta-feira em Teotônio Vilela, confirmou apenas três óbitos. O assessor de imprensa da Secretaria Estadual da Saúde, Manoel Miranda, esclareceu que o número de bebês mortos em janeiro, divulgado pela Prefeitura do município, é extra-oficial. "Não existe atestado de óbito desses bebês", informou. Para Gomes, se as crianças de município estão com diarréia a culpa é do atual prefeito, João José Pereira Filho (PFL), "que está distribuindo leite contaminado coma população pobre da cidade". Segundo Gomes, o leite é recolhido em fazendas da região e misturado com água contaminada do rio Piauí, para depois ser distribuído sem nenhuma higiene para as familias carentes. "A distribuição do leite é feita em uma caminhonete F-1000 do pai do prefeito", afirmou José Gomes, referindo-se a João José Pereira (PFL), prefeito de Junqueiro e pai de Joãozinho, como é conhecido o prefeito de Teotônio Vilela, que fica a 96 quilômetros de Maceió e tem uma população estimada em 35 mil habitantes. Joãozinho tem 23 anos e se diz o prefeito mais jovem do Brasil. Ele diz que constatou no cemitério da cidade 123 covas de crianças com menos de um ano, mortas e enterradas de janeiro a dezembro de 2000. "Isto dá uma média de 10 óbitos por mês, foi o que constatei em janeiro de 2001 e denunciei às autoridades, enquanto o prefeito anterior maquiava os dados e omitia os números", rebateu Joãozinho, confirmando que distribui leite para o povo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.