Número de mortos por causa das chuvas no RS chega aos 11

Cinco pessoas seguem desaparecidas no sul do Estado; interdições de estradas prejudica porto de Rio Grande

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Por Elder Ogliari , de O Estado de S.Paulo , e Sandra Hahn e da Agência Estado
Atualização:

A enxurrada da madrugada de quinta-feira matou pelo menos 11 pessoas na zona sul do Rio Grande do Sul. Além dos seis corpos encontrados no primeiro dia de buscas, outros cinco foram localizados nesta sexta-feira, 30. Os bombeiros não encerraram as buscas. Segundo a Defesa Civil, ainda há cinco desaparecidos na região. Veja também: Minas já tem 133 cidades em emergência pelas chuvasTodas as notícias sobre vítimas das chuvas     Quatro dos corpos encontrados nesta sexta-feira estavam dentro no Arroio Fragata, que transbordou e levou a ponte do Km 527 da BR-116, na divisa dos municípios de Pelotas e Capão do Leão. Um deles, do maquinista Adão Luiz Martinez de Almeida, de 49 anos, condutor do trem que descarrilou da ferrovia engolida pela água, estava a um quilômetro do local do acidente. Os outros três, de Osmar Costa, de 17 anos, Priscila Pereira, de 26, e José Fagundes de Andrade, de 51, foram encontrados perto da ponte. O quinto corpo, de Leandro Marques Ferreira, de 26 anos, estava em cima de uma árvore na Estrada do Gama, no interior de Pelotas. Ao final do dia, um levantamento da Defesa Civil indicava que 14,6 mil pessoas foram afetadas pela chuva e pela enchente. A maioria teve casas alagadas, mas conseguiu voltar à medida em que a água baixou ao longo da quinta-feira e da sexta-feira. Mesmo assim, 2.236 pessoas permaneciam desalojadas, em casas de parentes e amigos, e outras 1.085 estavam desabrigadas, recolhidas a salões comunitários, ginásios e igrejas. A situação mais grave é a da Turuçú, onde 600 dos 4 mil habitantes ainda estão fora de suas casas. As prefeituras de Pelotas, Morro Redondo, Turuçú e Capão do Leão decretaram situação de emergência. Os estragos na infra-estrutura seguirão provocando transtornos por longo tempo na região. A reconstrução da ponte sobre o Arroio Fragata, na BR-116, deve levar cerca de seis meses. A empresa concessionária da rodovia e a prefeitura de Capão do Leão devem criar um desvio por ruas urbanas para restabelecer o tráfego na semana que vem. Por enquanto, o bloqueio impede também as viagens de Pelotas a Jaguarão e Bagé. Em outra estrada federal que passa por Capão do Leão, a BR-392, o trânsito permanece interrompido porque a cabeceira de uma ponte está avariada. Nos dois casos há a possibilidade de desvios por estradas vicinais, de chão batido, mas a Polícia Rodoviária Federal recomenda aos motoristas que esperam mais alguns dias para usar a alternativa porque, por enquanto, ainda há muita lama e trechos escorregadios e até alagados. O Km 16 da BR-293, entre Bagé e Capão do Leão, foi liberado depois do recuo das águas para fora da pista. A passagem pela ponte da BR-116 sobre o Arroio Turuçú também foi autorizada, mas somente em meia pista, o que permitiu a retomada das viagens entre Pelotas e Porto Alegre. A enxurrada foi provocada por cerca de 12 horas de chuva forte e ininterrupta entre a noite de quarta-feira e a manhã de quinta-feira. O volume de chuva registrado em Pelotas, de 134 milímetros em apenas meio dia, superou a previsão mensal de 110 milímetros. A previsão do 8.º Distrito de Meteorologia indica que o céu estará parcialmente nublado com possibilidade de chuva em áreas isoladas da região neste sábado. Apesar da perspectiva, muitas áreas podem permanecer alagadas porque o terreno baixo e plano dificulta o escoamento da água. Prejuízos As interdições totais e parciais de vários trechos de rodovias na região sul do Rio Grande do Sul reduziram em cerca de 40% a chegada de caminhões de carga ao porto de Rio Grande. A operação do complexo portuário é normal e os embarques programados estão sendo processados, pois as cargas previstas já estavam estocadas. Por causa dos problemas nas estradas, caminhões pequenos trafegam por dentro da cidade de Pelotas para chegar à vizinha Rio Grande. Os problemas causados pela chuva não irão impedir o embarque de seis mil bovinos no final de semana, na primeira exportação de animais em 2009 feita no porto gaúcho. Os bovinos estão confinados em uma área da Vila da Quinta, em Rio Grande, e serão transportados até o porto em cerca de 40 caminhões. O navio-curral Almawashi, de bandeira panamenha, chegará ao porto na noite de sábado e transportará os animais até o Líbano, numa viagem de aproximadamente 20 dias. Este tipo de exportação começou em 2005 no porto de Rio Grande. Desde então, 146 mil animais já foram embarcados. Atualizado às 20h18 para acréscimo de informações.

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