Número de pessoas mortas pela polícia no Rio cresce 25,8%

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Por Agencia Estado
Atualização:

O número de homicídios no Rio de Janeiro caiu 4,3% no mês passado em comparação a junho último, mas subiu 25,7% em relação a julho de 2001, segundo as estatísticas divulgadas nesta sexta-feira pela Secretaria da Segurança Pública. Os autos de resistência (registros de suspeitos mortos em supostos conflitos com a Polícia) cresceram 25,8% de junho para julho de 2002. O chefe de Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, disse que isso ocorre porque a polícia está efetuando mais prisões. "Os bandidos estão reagindo. A polícia age em legítima defesa", afirmou. Teixeira disse que é melhor que os bandidos sejam presos, e não mortos, para que eles ajudem nas investigações. Teixeira citou como exemplo a quadrilha de Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, acusado da morte do jornalista Tim Lopes. "A polícia está trabalhando para prender o Elias, e para a gente é importante é prender vivas as pessoas ligadas. Tanto é que prendemos cinco." Três bandidos ligados a Elias Maluco foram mortos nos últimos oito dias, dois deles envolvidos no assassinato do repórter. Os homicídios passaram de 552, em junho de 2002, para 528 no mês passado. Apesar da queda, o número ainda é bem maior do que o verificado em julho de 2001: 420. Os autos de resistência, que não eram calculados no ano passado, somaram 73 em julho ante 58 em junho. Dos itens pesquisados pela secretaria de Segurança, o que mais tem causado preocupação é o roubo de carro, segundo Teixeira. Foram 2.682 registros em julho, contra 2.538 no mês anterior - 5,6% mais - e 42% além dos 1.888 casos registrados em julho de 2001. O aumento ocorreu mesmo com a intensificação do policiamento visando ao combate desse tipo de crime, especialmente na Barra da Tijuca, zona oeste, onde, em abril, foram feitos 121 registros e, em julho, 35, uma queda de 71%. "Muitas vezes, há uma migração (de criminosos), e a gente precisa acompanhar e fazer o replanejamento das nossas ações", disse Teixeira. O chefe de Polícia Civil, que assumiu o cargo em abril, depois que Benedita da Silva (PT) substituiu Anthony Garotinho (PSB) no governo estadual, acredita que os números de 2001 não devem ser comparados com os de 2002, porque o patamar deste ano é mais alto (os índices estão mais elevados desde o início do ano em comparação com o mesmo período de 2001). "Nós pegamos os índices muito mais elevados. Se nós tivéssemos pego os índices nos mesmos patamares de 2001, a queda que nós conseguimos seria perceptível", disse Teixeira. Além dos roubo de veículos, outros crimes cometidos nas ruas aumentaram de junho para julho. Os roubos a estabelecimentos comerciais cresceram de 530 para 568 (mais 7,1%); a estabelecimentos de ensino, de 157 para 175 (mais 11,46%); a transeuntes, de 1.472 para 1.535 (mais 4,2%); a instituições financeiras, de 8 para 12 (50%). Os registros de celulares roubados passaram de 913 para 943 (mais 3,2%) e o furto de veículos, de 1.550 para 1.621 (mais 4,5%).

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