O desastre da boa notícia

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Por Tutty Vasques
Atualização:

Anúncio de descoberta de megacampo de petróleo é como conversa de pescador: ninguém sabe ao certo o tamanho do peixe que se está embrulhando na Primeira Página dos jornais. Para ser aceita como verdade, a vantagem que se conta depende sempre da boa vontade de quem admira o feito divulgado. Só vira boa notícia quando, de um lado, isso é tudo que as pessoas querem ler e, do outro, a fonte da informação não exagera no tamanho da coisa encontrada em alto-mar. Em linguagem de pescador, o que o tal diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, disse numa rodinha de entendidos em prospecção - ô, raça! - foi que o Brasil pegou pelo rabo o terceiro maior peixe do mundo. Resultado: nem o Lula acreditou no sujeito, coitado, há dois dias não faz outra coisa senão tomar cacete de tudo que é lado. Vai entrar para a história como o homem que desmoralizou a boa notícia. Como diz o outro, "foi sem querer querendo". INSUPERÁVEL É grande a expectativa nos EUA sobre a gafe que George Bush vai cometer com o papa hoje na Casa Branca. O presidente prometeu caprichar DÚVIDA Uma coisa não ficou muito clara na decisão de Romário: ele pendurou as chuteiras ou renunciou ao futebol? E viva Cacilda Becker! A entrevista de Delfim Netto a Boris Casoy na estréia do âncora na Band foi um sopro de renovação no telejornalismo brasileiro. Desde o Repórter Esso não se via nada igual. Nas poças da web Magno Malta pode ter pego dengue no Orkut, onde o senador capixaba tem passado a maior parte do tempo ultimamente por conta dos trabalhos da CPI da Pedofilia. Abadiamania A tentativa de invasão do presídio federal de Campo Grande (MS) pode ter sido ação do grupo que foi barrado no Bazar do Abadía. O povo não se conforma enquanto não tirar a última cueca do traficante preso na unidade de segurança máxima atacada no domingo. Quase! Naomi Campbell veio de longe para participar da campanha contra a dengue no Rio, mas, na hora agá, não pôde doar sangue por causa da cirurgia a que se submeteu há cinco semanas em SP. Nos outros pré-requisitos que desaconselham a doação - consumo de álcool, drogas e atividade sexual intensa -, foi liberada com louvor. Congressolândia Pateta confirma: o reitor da Unifesp, Ulysses Fagundes Neto, esteve na Disney a trabalho. A CPI dos cartões quer ouvir agora o Pluto. Coisa de gênio A tática do governo é clara: decidiu-se superexpor Dilma Rousseff a ponto de ninguém mais querer ouvir falar da ministra quando chegar a hora de ouvi-la no Congresso.

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