Como o senhor avalia o índice de reincidência dos presos?
A reincidência de 4% é muito baixa. Mas por que essas pessoas são soltas? Porque o juiz dá um crédito de confiança: elas têm endereço fixo, emprego lícito, não apresentam antecedentes e, em geral, estão envolvidas em crimes de menor potencial ofensivo. Pelos resultados das audiências, esses 4% são insignificantes.
Mas existe base de comparação para demonstrar que, de fato, a reincidência é baixa?
Não tenho esses dados. O importante é que o porcentual não compromete o resultado do programa. São pessoas que passariam, em média, seis meses presas e não passam. Deixamos de enviar soldados para o crime organizado.
Desde outubro, todas as Justiças estaduais aderiram ao programa. Qual balanço?
Temos reduzido em 50% as prisões provisórias, em média. Um preso hoje custa R$ 3 mil por mês. Nós já deixamos de prender cerca de 14 mil e com isso economizamos quase R$ 600 milhões para o Estado. Também deixamos de construir 13 presídios. A nossa previsão é de que em um ano, mantida a proporção de redução, vamos deixar de prender 120 mil pessoas e de construir 240 presídios no País. Pretendemos fazer uma economia de R$ 9,6 bilhões.