O que figuras públicas pensam sobre os ataques

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Por Agencia Estado
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Celebridades, políticos e instituições comentam a nova onda de ataques deflagrada pelo PCC contra órgãos e agentes da força pública em São Paulo. * Ricardo Almeida, estilista - ?Acho isso um absurdo. É um problema do sistema: como não existe justiça lá em cima, com os políticos, eles (os bandidos) acham não vai ter com eles também.? * Nasi (Ira) - ?É um quadro complexo. São Paulo sempre se acomodou numa situação que dizia que os problemas com o crime organizado aqui eram diferentes do Rio de Janeiro. O que se provou é que na verdade existem os mesmos problemas. Infelizmente, nós temos uma lei frouxa, uma justiça lenta e políticos batendo cabeça. Quem sofre com isso é o cidadão paulistano que fica no meio do fogo cruzado. Em outubro a população de São Paulo e do Brasil vai ter uma oportunidade de reagir a esse estado de ?Gaza? que se instaurou na cidade de São Paulo. * João Armentano - Acho que o senhor governador não irá apertar um botão um vermelho e simplesmente resolver essa situação. Em outros países, onde há mais cultura e educação para as pessoas, formam-se menos terroristas. Com a desigualdade social que há neste país, as pessoas se revoltam. Não adianta só colocar tropas na rua, temos que combater esta situação com mais cultura e educação. * Hortência - É uma vergonha. O Crime Organizado está se organizando melhor do que a polícia. Quando a polícia começa a planejar para acabar com o crime organizado, eles saem para as ruas e queimam ônibus. A gente fica com um medo tremendo de que esta situação se repita novamente, o que é bastante provável. * Paulo Vanzolini - músico: ?O problema é a superlotação da população carcerária. Enquanto estiverem entulhando presos nas cadeias a situação não vai ser resolvida. Com 10 presos por vaga, o governo perde o controle mesmo.? * Pastoral Carcerária, via assessoria de imprensa - A Pastoral não aprova nenhum tipo de violência e sempre foi a favor do diálogo. Não adianta o PCC fazer revoltas com violência e a Secretaria de Segurança Pública reagir com violência. A melhor forma de resolver esta situação é através do diálogo e não de medidas extremadas. * Marina Person - ?Que horror! A gente está numa panela de pressão e alguém não está fazendo o seu trabalho direito. Apesar dos presos também estarem sofrendo as conseqüências porque muitos estão morrendo, os caras estão muito fortalecidos. Espero que isso tudo acabe logo.? * Denis Mizne, diretor do Instituto Sou da Paz - ?Isso nos obriga a refletir sobre tudo o que foi prometido nos primeiros ataques e o que não foi feito. Os presos continuam se comunicando, os celulares continuam entrando nos presídios e eles continuam se articulando. Não podemos perder tempo com a discussão vazia sobre se o Governo Estadual deve ou não aceitar ajuda do Governo Federal. É uma grande hipocrisia o Governo Federal oferecer esse tipo de ajuda se ele próprio não cumpre com as suas obrigações em relação à segurança pública: conter o tráfico de drogas, aumentar o contingente de policiais e integrar os serviços de inteligência das polícias. É um discurso vazio e a sociedade não pode se deixar banalizar pela violência porque daqui a pouco estaremos comparando os ataques, quando eles nem deveriam acontecer.? * Raquel Davidowicz - estilista da UMA ?Se não começar uma boataria louca, tenho certeza que tudo vai continuar bem, na medida do possível, sem prejudicar o SPFW.? * Márcio Kogan - arquiteto ?Infelizmente essa é a nossa rotina. Isso já não nos afeta, estamos acostumados. Virou uma guerra no País - temos a escolha de irmos embora daqui ou ficar. Como gosto daqui, eu fico.? * Patrícia Vieira, estilista que desfilou ontem na São Paulo Fashion Week - ?As pessoas acham que estilista é alienado, mas não é nada disso. Estamos aqui mostrando o belo, mas preocupados com o momento de tristeza e insegurança que a cidade está passado? * Supla, cantor - ?É uma tristeza, estamos vivendo uma guerra civil mascarada.? * Emanuela de Paula, modelo, que vive em Nova York e desfilou ontem na SPFW - ?Não estou com medo, mas a situação é triste. Não sei o que vai acontecer no nosso País?. * Força Sindical - "A Força Sindical condena a violência no Estado de São Paulo promovida pelo PCC. Não podemos assistir passivamente à morte de vigilantes e carcereiros, ataques a agências bancárias, prédios públicos, estabelecimentos comerciais e incêndio a ônibus". * OAB - Nota assinada pelo presidente em exercício do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Vladimir Rossi Lourenço: ?É preciso que as autoridades federais voltem os seus olhos para o Estado e articulem-se porque são autoridades constituídas e têm o dever de zelar pela segurança da população. (...) Tudo o que for possível fazer para evitar que situações como essa se repitam dia-a-dia, madrugada a madrugada, deve ser feito, mas sempre embaixo da lei?. No longo prazo, a OAB defende a realização de uma ampla e definitiva reforma no sistema prisional brasileiro. Para a Ordem, o sistema carcerário do País "está falido, visto que não recupera detentos e não os prepara para o retorno ao convívio com as autoridades.?

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