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O que você espera de 2018?

Personalidades ouvidas pelo 'Estado' fazem projeções e falam de seus desejos para 2018

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Por Redação
Atualização:
O médico Roberto Kalil Filho e o cineasta Walter Salles Jr. deram suas projeções para 2018. Foto: Amanda Perobelli / Estadão | Tony Gentile / Reuters

O Estado pediu que personalidades de todas as áreas fizessem projeções e falassem de seus desejos para o novo ano. O médico Roberto Kalil Filho deseja que a saúde receba mais atenção dos governos. Já o cineasta Walter Salles Jr. quer que 2018 seja o contraponto ao problemático 2017. Leia abaixo, na íntegra, os 17 comentários.

Bretas durante evento na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. Foto: Fábio Motta / Estadão

MARCELO BRETAS Juiz da Lava Jato no Rio"Para 2018, renovo minhas esperanças de que o povo brasileiro continuará participando ativamente da vida política nacional, fiscalizando a aplicação dos recursos públicos e acompanhando a produção legislativa. O serviço público prestado pelo Poder Judiciário, entendo eu, da mesma forma pode e deve ser acompanhado de perto pela sociedade, pois deve ele transparecer a sua mais importante característica: a imparcialidade. Um feliz 2018 a todos os brasileiros e brasileiras, ano festivo em que seremos ouvidos sobre o futuro que queremos para o nosso Brasil."

Gabeira durante o lançamento do livro de fotos de Fernando Henrique Cardoso na Livraria Cultura, em São Paulo. Foto: Paulo Giandalia / Estadão

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FERNANDO GABEIRA Jornalista

“Não estou esperando nada de espetacular das eleições de 2018. Apenas um nível de renovação. O que espero, no sentido do que desejo, é que a sociedade reforce sua busca por transparência e aumente o controle sobre os eleitos. Espero que retomemos o crescimento, embora ache que isso não basta, existe também uma demanda por valores. O próprio crescimento econômico alheio às próximas gerações é um caminho autodestrutivo. O período que se encerra foi marcado por um grande debate sobre a corrupção. Como esse tema será resolvido na disputa presidencial? Até que ponto os candidatos são capazes de formular e defender uma política para reduzir os riscos do assalto aos cofres públicos? Esse tema parcialmente explica o que falei sobre valores. O crescimento econômico do passado foi embalado por um aumento de consumo, um estímulo à compra de um carro individual. Em 2013 tivemos grandes revoltas e um dos temas dominantes era o da mobilidade urbana. Isso é um exemplo de que há formas autodestrutivas de crescimento.”

Mufarej durante jantar na residência de Sergio Waib e Regina Moraes. Foto: Christina Rufatto / Estadão

EDUARDO MUFAREJ

Cofundador do RenovaBR

"O ano de 2018 é um momento definidor na trajetória recente da política brasileira. Temos uma oportunidade de ouro na mão. Uma chance de nos distanciarmos do populismo retrógrado, dos votos de cabresto. Temos a chance real de escolhermos caminhos e lideranças que apontem para o futuro e que estejam de fato comprometidas com a formação de um país justo e moderno. Não há mais espaço para interesses corporativistas, modismos ou bravatas. Há muito o que aprender com o mundo. Temos o benefício de sermos um país novo. Avançamos muito no passado. Mas chegou a hora de definirmos as nossas escolhas para não sacrificarmos o futuro. Sejamos bons ancestrais: vamos plantar as árvores que nunca veremos, mas conscientes de que fizemos a coisa certa." 

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O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Foto: Iara Morselli / Estadão

LUIZ CARLOS TRABUCO CAPPI

Presidente do Bradesco

"Tem ano arrastado, difícil, que não acaba mais. Mas também tem ano que começa mais cedo, é quando sentimos de forma antecipada sua energia e vibração positivas. É o caso de 2018. Já estamos vivendo o clima, a expectativa e as ansiedades do ano que vem. Isso acontece porque, pela primeira vez em vários anos, voltamos a enxergar um ano novo com a esperança de que será diferente, com melhores indicadores, avanços institucionais e recuperação social. A nossa visão é construtiva em relação aos desafios de 2018. O PIB vai crescer pelo segundo ano consecutivo, o desemprego vai cair, a confiança e investimentos dos empresários vão voltar. Não vejo a hora de iniciar a caminhada de 2018. A troca do calendário será um detalhe."

Gustavo no lançamento de seu livro, 'A Moeda e a Lei'. Foto: Iara Morselli / Estadão

GUSTAVO FRANCO

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Colunista do Estado, ex-presidente do BC e sócio da Rio Bravo Investimentos

"Em 2017 os eventos relativos à inflação e ao balanço de pagamentos foram minúsculos diante da magnitude do problema fiscal. Com isso, o País entrará em 2018 como uma grande prefeitura cuja folha de pagamentos (de ativos e inativos) estourou todos os limites. Pior para os macroeconomistas, que ficaram privados de seus assuntos mais habituais e se viram reduzidos a secretários de Fazenda. Melhor para o presidente do BCB, que ficou mais tempo com as crianças e cuidou de assuntos regulatórios. Mas 2018 promete. As eleições serão a influência dominante, pois são mesmo muito importantes para zerar a pedra das turbulências desse mandato. Há muitas emoções à flor da pele, mas também alguns consensos econômicos importantes, tanto que, mesmo o governo de Michel Temer, do alto de seus incríveis 6% de aprovação, conseguiu passar reformas econômicas importantes. A habilidade política dos homens do Palácio não é pequena, mas o aspecto essencial para se aferir a viabilidade de reformas econômicas é sua excelência o mérito. Os ventos bolivarianos parecem parte de um passado distante, ao menos conceitualmente, ainda que Lula apareça com destaque nas pesquisas eleitorais. Se conseguir ser candidato, seu grande desafio será o de empreender outra curva na direção da ortodoxia econômica, com vistas a reconquistar a classe média. Este também é o intuito de outros candidatos igualmente desajeitados ao vestir uma jaqueta liberal que jamais lhes assentou. Assim, mesmo sem elegância, nenhuma candidatura parece inclinada na direção de experimentalismos econômicos, mesmo as que estão nos extremos do espectro. A classe média agradece."

Barros durante fórum dedebates promovido pela revista 'Exame' no Hotel Unique, em 2015. Foto: Nilton Fukuda / Estadão

JOSÉ ROBERTO MENDONÇA DE BARROS

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Colunista do Estado e sócio da MB Associados

"A melhor coisa na expectativa do próximo ano é que espero um ambiente melhor nas ruas. Mais lojas abrindo do que fechando, lançamento de novos prédios, mais movimento nas ruas, mais gente conversando nas esquinas. Depois de quase três anos de dura recessão, o ambiente estará melhor, mais desanuviado para as pessoas. Encerramos 2017 com uma situação mais bem construtiva do que aquela do início do ano. O próprio movimento do comércio o atesta. Espero uma importante recuperação do consumo para 2018 e como consequência, maior crescimento. O problema do País passa a ser a sustentabilidade deste crescimento." 

Luiza durante lançamento de livro em São Paulo. Foto: Luciana Prezia / Estadão

LUIZA HELENA TRAJANO

Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza

"2017 foi um ano de gradual recuperação de uma longa crise, que teve como principal consequência o grande avanço do desemprego. A retomada está sendo realizada, e para o ano que vem a expectativa é do encerramento deste ciclo com aumento de emprego, especialmente com a positiva reforma trabalhista, que fará com que o varejo aumente o número de colaboradores sem perda de nenhum direito para eles.

Um grande amadurecimento para o Brasil será separar a economia da política, e isto será essencial para o crescimento da própria economia e da renda da população em um ano de eleição. Estou especialmente animada, pois acredito que a sociedade civil irá se organizar melhor a partir do ano que vem, influenciando reformas necessárias para o nosso país."

Procuradora-geral da Venezuela destituída pelo chavismo, Luisa Ortega Díaz. Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters

LUISA ORTEGA DÍAZ

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Procuradora-geral da Venezuela destituída pelo chavismo

"Minha expectativa é que 2018 seja um ano decisivo e definitivo. Que seja o ano em que se materialize e se transforme em realidade o final do governo moribundo de Nicolás Maduro, que tantos problemas trouxe para a Venezuela. Minha expectativa é de que 2018 seja marcado pelo fim da forte destruição do país e que seja o momento de reconstrução. A Venezuela precisa ser reconstruída e precisará da solidariedade internacional. Teremos de reconstruir a democracia e que os direitos sejam para todos. Também tenho a expectativa de que os serviços possam beneficiar a todos, e não apenas um grupo político, como é a realidade hoje. 2018 ainda pode ser o ano da volta da alegria e justiça aos venezuelanos. Pode ser o ano da prosperidade e progresso e que recuperam a esperança."

Dr. Roberto Kalil FIlho durante entrevista coletiva no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Foto: Daniel Teixeira / Estadão

ROBERTO KALIL FILHO

Médico cardiologista, presidente do conselho diretor do Incor

"Em 2018, a Constituição brasileira, que criou as condições para a implantação do SUS (Sistema Único de Saúde), completará 30 anos. Não há dúvidas de que o SUS é uma das políticas sociais mais ousadas da história. Muito se avançou até aqui, como comprovam os indicadores sobre mortalidade infantil em queda e expectativa de vida do brasileiro em alta. Mas há ainda muito por fazer. Não há dicotomia dinheiro x gestão nesse debate. A saúde precisa das duas coisas para avançar. O Instituto do Coraçãodo Hospital das Clínicas da FMUSP é um exemplo disso. Nos últimos seis anos, por meio de incremento financeiro e da adoção de medidas para modernizar a gestão, obtivemos expressiva melhoria de performance, e estamos em franca expansão, o que nos permitirá atender melhor aos nossos pacientes. Em 2017, o Incor inaugurou o novo pronto-socorro, que é uma das emergências cardiológicas mais bem equipadas de São Paulo. Além de ser referência em pesquisas e no tratamento de doenças cardiovasculares, está hoje entre as sete instituições do mundo em números de transplantes de órgãos. Foram 1.229 procedimentos desde o primeiro realizado na instituição, em 1985. Desejamos que em 2018, assim como nos anos subsequentes, a saúde seja colocada no centro das atenções da administração pública, com mais investimento e políticas eficientes. É o que toda a população brasileira também espera, e merece."

O professor da Escola da Cidade, Vinicius Andrade. Foto: Denise Andrade / Estadão

VINICIUS ANDRADE

Arquiteto, urbanista e professor da Escola da Cidade

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"Nos últimos anos, nossa sociedade civil tem dado sinais claros de que está interessada em resgatar a qualidade de vida nos espaços públicos da cidade, onde a palavra de ordem é compartilhar. Os avanços são visíveis e a perspectiva é animadora. Afinal, qual seria o propósito de construirmos as cidades se não para compartilhar o espaço, os recursos, as ideias e os afetos? Por outro lado, se eu tivesse a incumbência de premiar o melhor retrato do ano, a láurea iria parar nas mãos do movimento da sociedade civil conhecido como Rede Nossa São Paulo, pela obra intitulada Mapa da Desigualdade 2017. Os índices são desconcertantes. São Paulo é uma cidade partida a tal ponto que poucos pontos em comum restam, senão o chão que pisamos. Conviver em sociedades com um contingente populacional tão grande é um imenso desafio. Quando passamos a viver majoritariamente em centros urbanos, nos impusemos a difícil tarefa de construirmos uma cultura urbana capaz de nos manter juntos em uma atmosfera produtiva e harmônica. O desafio não se resume à criação de um conjunto de leis urbanísticas ou de políticas públicas, acredito que a construção de uma cultura urbana integradora e positiva requer o comprometimento de todos - administração pública, iniciativa privada e sociedade civil - e bastante tempo. Nessa matéria estamos todos aprendendo. Não existe um modelo disponível, nas cartilhas do urbanismo contemporâneo, que tenha se comprovado eficaz na construção de uma cidade mais integrada. É por esta razão e, amparado pela máxima de que precisamos antes conhecer o problema para depois apontar as soluções, que tenho insistido para que dediquemos, ainda mais, nossos esforços para compreender melhor esse enigma que é o meio em que vivemos. A ampliação do debate, pautado pelo comprometimento dos diversos setores de nossa sociedade e contando com o apoio da administração pública, da mídia, das instituições de ensino e afins, deve ocupar, em minha opinião, o topo da agenda urbana para 2018."

Zico, ídolo do futebol. Foto: Tiago Queiroz / Estadão

ZICO

Ex-jogador de futebol

"Espero que possamos ter uma reviravolta em relação a tudo que vimos em 2016 em relação ao esporte brasileiro. Os atletas acabaram sofrendo muito em termos de apoio, segurança, participação em competições, e sabemos que haverá muitas cobranças quando a Olimpíada chegar. Espero que as entidades possam sempre, cada vez mais, dar condições para os atletas representarem o País, falo em relação à governança das entidades, à estrutura governamental, ao empresariado e às entidades, para que os atletas possam obter os resultados que a gente sempre espera."

Bia Haddad posa para fotoem São Paulo. Foto: Tiago Queiroz / Estadão

BIA HADDAD

Tenista

"Sou otimista. Espero um ano de muitas conquistas para o esporte brasileiro. Que as entidades consigam dar o suporte necessário aos atletas e que cada um faça a sua parte, visando um objetivo comum. Sempre acreditando no potencial que a gente tem, que sempre podemos ir além e nos superar.”

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Serginho durante treino do Guarulhos-Corinthians no Ginásio da Ponte Grande. Foto: Daniel Teixeira / Estadão

SERGINHO

Jogador de vôlei

"Espero que as coisas melhorem. Acho que tem tanta coisa ruim, que vemos na política e eu realmente espero que as pessoas que dirigem e tocam o esporte brasileiro, que elas consigam fazer coisas boas para que nossas modalidades continuem em alto nível, ou melhor. Tem muita coisa que não anda. No vôlei, por exemplo: não dá para acreditar que um país é tricampeão olímpico e tem que se matar para arrumar verba e montar um time."

A atriz Ingrid Guimarães. Foto: Tiago Queiroz / Estadão

INGRID GUIMARÃES

Atriz

"Eu amo esse País e não desisto dele. Não sou do tipo que vá deixar o Brasil, achando que lá fora poderá ser melhor. Não será mesmo, é uma coisa de raiz. Quero um Brasil para os brasileiros, para as famílias, para nossos filhos, para todas as crianças. Por isso me integrei a um movimento no WhatsApp com outros artistas e mais pessoas responsáveis. O ano é de eleição e estamos integrados num movimento anticorrupção. De forma muito consciente, estamos querendo usar nossa condição de formadores de opinião para lembrar às pessoas de que o voto é uma arma e todos nós devemos fugir dos candidatos que não têm ficha limpa. É preciso exercer nossa cidadania, acreditar no Brasil que queremos." 

A atriz Fernanda Torres. Foto: Tiago Queiroz / Estadão

FERNANDA TORRES

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Atriz e escritora

"Prefiro repetir uma frase que o cineasta Hector Babenco gostava de dizer: "Espero não ter esperança”. É a hora de encarar a realidade que virá e, principalmente, saber quem virá. Não tenho o hábito de fazer projeções e, pela atual situação, não tenho ideia do que virá. O importante, penso eu, é a necessidade que todos temos de lidar com a realidade, que tem sido dura."

O ator Lázaro Ramos, em sessão de fotos cedida aoEstado. Foto: Wilton Júnior / Estadão

LÁZARO RAMOS

Ator e escritor

"Particularmente que eu consiga ter maturidade para os desafios que se apresentarão de escolha política e de administração de relações, que estão desgastadas, e que coletivamente a gente consiga retomar o diálogo, que as lideranças que se apresentarem tenham ética, clareza de proposta e competência administrativa. E, profissionalmente, espero ser relevante no que eu faço: entreter as pessoas, mas com relevância."

O diretor Walter Salles em 2012. Foto: Gus Ruelas / Reuters

WALTER SALLES

Cineasta

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"Espero que 2018 e sobretudo 2019 sejam o contracampo do ano horribilis que vivemos em 2017 - consequência de desequilíbrios estruturais que vêm de longe, e de um processo de impeachment bem definido por Miguel Wisnik como 'republicano na forma, mas não no conteúdo'. Torço para que o voto e o surgimento de projetos políticos articuladores e corajosos consigam nos extrair do lamaçal em que nos encontramos."

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