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OAB denuncia tortura na Febem de Bauru

Comissão também vai pedir demissão de envolvidos

Por Agencia Estado
Atualização:

Relatório de 21 páginas, preparado pela Comissão de Direitos Humanos da sub-seção de Bauru da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pede a demissão do diretor afastado da unidade local da Febem, Antonio Alfredo Costela Parras, e de outros funcionários acusados de submeter os internos à tortura. O advogado Gilberto Truíjo, presidente da comissão, disse, ao divulgar o documento, que os depoimentos dos menores e familiares e até fotos de marcas nos corpos de alguns comprovam o tratamento inadequado recebido na unidade. "Nós estamos pedindo ao Estado que apure tudo através de sindicâncias, demita os torturadores ou, até, feche a unidade" - afirma Truíjo. Inaugurada em junho de 2002, a Febem de Bauru sempre foi um barril de pólvora, tanto que já teve quase uma dezena de diretores e grande rotatividade de funcionários. As rebeliões, durante a maior parte do tempo, foram habituais. Em junho do ano passado, depois que um tenente-coronel da reserva da PM dirigiu a unidade por algum tempo e não conseguiu controlá-la, foi nomeado Costala, ex-diretor de disciplina do Instituto Penal Agrícola de Bauru, que demonstrou à comunidade ter finalmente conseguido a pacificação e o controle dos internos e funcionários, a ponto de ter recebido elogios públicos de seus superiores. Mas há aproximadamente dois meses chegaram à OAB e aos veículos de comunicação as denúncias de tortura e maus tratos. Menores e seus familiares falam de agressões, banhos gelados, choques e horários limitado para usar o banheiro, entre outros problemas, provocando o afastamento do diretor, em outubro último. Além do governador, também receberão cópia do relatório que, segundo a OAB-Bauru, apresenta provas e indícios das irregularidades, o Condepe- Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa e a Corte Interamericana da ONU.

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