A seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) cobrou uma solução para a situação calamitosa do presídio de Araraquara, onde os 1.443 presos estão ao relento desde que o prédio foi destruído em um motim iniciado em 16 de maio. O presídio tem capacidade apenas para 124 presos e o único acesso à ala em que os detentos estão confinados foi soldado pelos funcionários. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem solicitou ao secretário de Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, soluções, em caráter de máxima urgência, para os problemas na cadeia. "A situação é trágica, decorrente de superlotação, questões de segurança, falta de atendimento médico aos presos e dificuldades de acesso dos advogados e da própria OAB-SP naquela unidade prisional, exigindo uma solução imediata", explicou o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D?Urso. Para o coordenador da Comissão de Direitos Humanos, Fábio Romeu Canton Filho, os problemas detectados no presídio de Araraquara podem causar rebeliões e mais transtornos ao sistema prisional. "A situação detectada naquela unidade contraria as garantias e princípios constitucionais da dignidade e dos direitos humanos de todos os envolvidos no sistema carcerário". A OAB-SP determinou que a Comissão de Direitos Humanos da Subsecção de Araraquara acompanhe o caso. A comissão já conseguiu autorização judicial para entrar na unidade, mas foi impedida nesta quinta-feira, 6, pelo diretor do presídio. "O diretor alega que terá de fechar um túnel que os detentos cavaram, mas não vem permitindo a entrada dos advogados nem mesmo na área de progressão de pena, onde não houve rebeliões", afirmou Roberto Fiore, presidente da Comissão de Direitos Humanos de Araraquara.