Obra da transposição do Rio São Francisco vaza e 2 mil pessoas são evacuadas no CE

Vazamento ocorreu um dia após abertura de comporta pelo ministro Rogério Marinho; governo federal diz que situação foi contida

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Foto do author Priscila Mengue
Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Priscila Mengue e Eduardo Rodrigues
Atualização:

Cerca de 2 mil pessoas precisaram sair de casa após o rompimento de um dos condutos da barragem de Jati, no município homônimo, no Ceará, na sexta-feira, 21. A obra faz parte do eixo norte da transposição do Rio São Francisco, cujo trecho teve as comportas abertas um dia antes, na quinta-feira, 20, pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Segundo o governo, o vazamento foi contido.

Obra da transposição do Rio São Francisco vaza e 2 mil pessoas são evacuadas no CE Foto: Adalberto Marques/MDR

Marinho retornou à Jati neste sábado, 22, para avaliar os danos causados pelo rompimento. “Farei uma visita ao local acompanhado do Secretário Nacional de Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas. Vamos à barragem para avaliar os danos causados pelo vazamento. Cabe ressaltar que o trabalho de recuperação já foi iniciado”, afirmou no Twitter.

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Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional disse que a evacuação dos moradores que residem em um raio de dois quilômetros foi realizada de “forma preventiva” e “zelando pela preservação de vidas em primeiro lugar”. Imagens divulgadas em redes sociais mostram que o rompimento causou a vazão de grande quantidade de água.

Segundo a pasta, pela falta de iluminação durante a noite e a madrugada, houve uma “dificuldade de avaliação técnica da estrutura” e, por isso, a “prioridade foi garantir a segurança” da população. O volume de água atingiu a rede elétrica que atende a estrutura, o que exigiu a instalação de um gerador para garantir o fechamento da comporta.

Horas antes, o governo havia comunicado que engenheiros e a Defesa Civil tinham avaliado que não havia riscos à infraestrutura e às regiões do entorno. O ministério informou, ainda, que as famílias ficarão em hotéis, pousadas, alojamentos e casas de familiares e amigos “até que sejam feitas todas as avaliações técnicas das estruturas do reservatório”. 

“A medida segue o Plano de Ação Emergencial (PAE) elaborado para o empreendimento. Os moradores estão sendo informados por meio de carros de som e por profissionais da defesa civil local e da empresa operadora, que também estão indo diretamente às residências”, diz nota.

A barragem faz parte do trecho 1 (Jati-Cariús) do chamado Cinturão das Águas do Ceará. Na quinta-feira, Marinho foi à Jati acionar as comportas para permitir a passagem das águas. Segundo o governo, o reservatório chegou a 94,8% da capacidade nesta semana e vai garantir o abastecimento de 4,5 milhões de pessoas da região metropolitana de Fortaleza. 

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“Também visitaremos as famílias que foram obrigadas a sair de suas casas, atendendo às medidas de segurança previstas no Plano de Ação Emergencial. Tomamos todas as medidas necessárias para preservar as vidas em primeiro lugar. O vazamento foi contido ainda na noite passada”, também afirmou o ministro em rede social.

Ele declarou, ainda, que estará em contato permanente com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), e com a prefeita de Jati, Neta de Toim (PMDB), a pedido do presidente Jair Bolsonaro. 

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