Obras da garagem de Congonhas serão retomadas

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Por Agencia Estado
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Após cinco anos de desentendimentos judiciais, a Infraero e o Movimento Defenda São Paulo entraram em acordo sobre a construção de uma garagem no aeroporto de Congonhas, obra paralisada desde 1997. O projeto foi refeito e deve ser retomado nos próximos dias pela Infraero. Com o acordo - dado como certo nos bastidores e a ser anunciado ao público em fevereiro -, a garagem terá estrutura subterrânea e não mais na forma de um edifício. Sobre o teto da garagem será preservada e revitalizada a área que abrigava a praça Comandante Lineu Gomes, ponto que originou o impasse. A empresa comprometeu-se a plantar as árvores que foram derrubadas quando a construtora iniciou a obra. Hoje, o lugar é apenas um terreno vazio, rodeado por tapumes, que serve de estacionamento. A curto prazo, a inovação será a primeira de uma série. Também resultado do acordo e exigência do Defenda São Paulo, Congonhas ganhará um plano diretor de desenvolvimento. Em troca das concessões, que incluem não só a revitalização da área como compromisso com outros 14 pontos, o movimento promete suspender a ação que move na Justiça contra a Infraero e a Prefeitura - ré na ação por ter sido considerada "omissa" em obra na área de sua responsabilidade, ao aprovar projeto sem estudo de impacto ambiental. Essa suspensão era o único ponto que até o fim da semana passada estava em aberto: a empresa tentava convencer a associação a trocar suspensão por extinção. "Mas não podemos acabar com a ação. Precisamos de uma garantia no caso de troca de direção na Infraero", explicou o presidente do movimento, Roberto Saruê. Para a Infraero, o acordo é o instrumento que dá aval para deslanchar outro processo, o de ampliação de Congonhas. "Vamos publicar, em poucos dias, o edital para licitação de outra obra, a que vai reformar a Plataforma A do aeroporto, garantindo mais conforto aos passageiros, com a criação de novas salas de embarque e desembarque", afirma o diretor de Engenharia da Infraero, Antônio Carlos Justi. Estão previstas oito pontes de embarque e novas salas de espera. Segundo Justi, o aeroporto, com capacidade para 7 milhões de passageiros por ano, hoje já opera com 11 milhões. "O objetivo é trazer mais conforto", diz, acrescentando que a verba prevista para a extensão, de R$ 38 milhões, será suficiente para aumentar em 10 mil metros quadrados a área do aeroporto. "Significa mais de um terço do tamanho atual." Para Saruê, os principais pontos da proposta são a preservação arquitetônica do salão principal de Congonhas, considerado patrimônio público pelo caráter histórico, e a criação de uma câmara de discussão sobre o aeroporto com representantes de Prefeitura, Estado, Defenda São Paulo e pilotos.

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