Obras da Linha 4 do Metrô de SP causam polêmica entre moradores

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Por Agencia Estado
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As obras não começaram, mas a Linha 4 do metrô já causa polêmica. Moradores do Jardim Christie, Butantã e Jardim Guedala, regiões residenciais das zonas sul e oeste, não querem ter metrô perto de suas casas de alto padrão, geralmente com garagem para mais de um par de carros. O medo não é exatamente do metrô, mas daquilo que ele pode trazer: comércio e desenvolvimento imobiliário. "Nos planos do metrô, a Estação Três Poderes está localizada em uma área estritamente residencial de classe A e, portanto, não atenderia a população local, pois os moradores certamente continuariam utilizando o carro", acredita a arquiteta Nancy Miyahara, da Associação dos Moradores do Jardim Christie. "Além disso, está prevista a construção de um terminal de ônibus junto à estação, o que atrairia um tipo de comércio que mudará totalmente o perfil da região." A proposta da associação, já encaminhada à Subprefeitura do Butantã e ao Metrô, é que a estação seja deslocada para uma área já comercial. "A Estação Butantã, por exemplo, está bem localizada. Ali já existe comércio." Segundo a urbanista Regina Monteiro, do Movimento Defenda São Paulo, quase 80% da extensão da Linha 4 entre o Butantã e a Vila Sônia cortará áreas de caráter residencial (Z-1). "Nos bairros já consolidados, arborizados, organizados em torno de uma zona residencial, é incoerente levar um tipo de desenvolvimento que vai descaracterizá-los", acredita. "Mesmo nas zonas comerciais não seria aconselhável suprir a carência por transporte e, ao mesmo tempo, levar adensamento." Regina menciona o Plano Diretor, aprovado em outubro, que define em seu artigo 122 como Áreas de Intervenção Urbana as faixas de até 300 metros de cada lado das linhas do sistema de transporte público de massa e o raio de até 600 metros das estações de metrô. Estação Fradique Em Pinheiros, na região da Rua Mourato Coelho, um grupo de moradores defende o tombamento de um conjunto de 21 edifícios e 14 sobrados. Perto dali, em 2009, deve funcionar a Estação Fradique Coutinho do metrô. A perspectiva de especulação imobiliária já está assustando os moradores, que enviaram pedido de tombamento ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Compresp). O parecer só deve sair no próximo mês.

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