Ocupação será por tempo indeterminado, diz Marzagão

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Por Vitor Hugo Brandalise e Bruno Tavares
Atualização:

O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, determinou ontem à Polícia Militar que mantenha um cerco à Favela de Paraisópolis. Todos os acessos permanecerão ocupados por tempo indeterminado. "Esses bandidos ficarão cercados e serão presos, senão hoje (ontem) nos próximos dias", afirmou Marzagão. "A saturação da área é uma forma de proteger a população de bem e, ao mesmo tempo, dar uma resposta aos criminosos. Vamos agir dentro da lei." O secretário preferiu não especular sobre os motivos da manifestação. "Não me parece que sejam os moradores da favela. A maioria que vive ali é de gente de bem, que não atira na polícia", disse. Para Marzagão, a ação foi preparada com antecedência. "É importante que se diga que, aqui em São Paulo, não há lugar impenetrável para a polícia. É lamentável que tenhamos três homens feridos, mas faz parte da construção de uma sociedade civilizada", concluiu ele, antes de sobrevoar a favela na fim da noite de ontem. Cerca de 300 policiais militares ocuparam Paraisópolis, em agosto do ano passado, por 10 horas. Segundo a PM, a megaoperação, que teve direito a helicóptero e cavalaria, respondia a uma demanda dos moradores do Morumbi por mais policiamento. Os líderes comunitários criticaram a operação, que terminou com cinco detidos, um revólver apreendido, um carro e três motos recolhidos. Ontem as nove pessoas encaminhadas ao 89º DP (Portal do Morumbi) ficaram presas para averiguação porque não havia denúncia formal. Às 23 horas, estava prevista a libertação deles na noite de ontem ou na madruga de hoje. "Eles foram trazidos pelos PMs, mas não foram identificados por nenhuma vítima", disse o delegado Luís Gustavo Pascoetto. Apesar de saber que os detidos seriam liberados, parentes estava confusos no DP. "Meu irmão estava na rua. Foi só levar a moto na oficina. Não sei por que veio parar aqui", disse o comerciante R.G., de 22 anos, morador da favela.

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