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Oficial da FAB e agente da PF são presos por ligação com Abadía

Ângelo Cassol, que também é funcionário da Anac, fornecia passaportes e vistos falsos ao megatraficante

Por Rodrigo Pereira e e Solange Spigliatti
Atualização:

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira, 17, o sub-oficial da Aeronáutica e responsável pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no aeroporto de Foz do Iguaçu, Ângelo Reinaldo Fernandes Cassol, e o agente da PF Adilson Soares da Silva. Os dois figuram como responsáveis pela obtenção de carimbos nos passaportes falsificados do megatraficante Juan Carlos Ramírez Abadía no Brasil. As prisões temporárias foram decretadas pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, como desmembramento da Operação Farrapos, deflagrada no dia 7 de agosto. Segundo as investigações, Cassol recebia US$ 200 por carimbo de entrada e saída do País nos passaportes falsificados de Ramírez Abadía, sua mulher e demais estrangeiros da quadrilha. O militar conseguia os carimbos por intermédio de Silva, lotado na Delegacia da PF em Foz do Iguaçu. Ao apresentar os documentos com os vistos da PF, Abadía e os demais estrangeiros conseguiam dar aspecto de regularidade à permanência no País. Abadía dependia do funcionário da Anac para revalidar os vistos de entrada e de saída no Brasil, sem que ele precisasse viajar. Dessa forma, Abadia conseguiu viver no Brasil por mais de três anos. O megatraficante colombiano foi preso na primeira parte da Operação Farrapos. Nesta sexta, a PF deflagrou a segunda etapa da operação, com o objetivo de desarticular a ramificação da organização criminosa especializada em obter carimbos de entrada e saída do Brasil. Os agentes da PF cumprem cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária em Foz do Iguaçu. Texto alterado às 11 horas para acréscimo de informações.

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