Oficial da PM reafirma que secretário quis trégua para o tráfico

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Por Agencia Estado
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O tenente-coronel da PM Erir Ribeiro da Costa Filho reafirmou nesta segunda-feira, em depoimento à polícia, que o secretário estadual de Esportes, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, o procurou em fevereiro para lhe pedir uma trégua na repressão ao tráfico de drogas no Morro da Mangueira, na zona norte do Rio. Ao chegar à Chefia de Polícia Civil, onde permaneceu por quatro horas, o oficial disse que o secretário, e não ele, é que ?tem que provar? que não está mentindo. Neste terça-feira, a Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) vai votar um requerimento para convocar Chiquinho, Costa Filho, o secretário de Segurança Pública, Anthony Garotinho, e o major Roberto Alves Lima, que confirma a versão do tenente-coronel, a prestar esclarecimentos à Alerj. Há uma semana, ao ser exonerado do comando do 4º Batalhão da PM, em São Cristóvão, na zona norte do Rio, Costa Filho afirmou que estava sendo substituído por ?pressões políticas? e que o ?bem havia derrotado o mal?. O pedido de Chiquinho, que diz ter solicitado apenas a suspensão do policiamento no horário de entrada e saída nas escolas, foi comunicado em documento enviado à Secretaria de Segurança Pública. O tenente-coronel deixou a Polícia Civil sem falar com a imprensa, mas pediu a seu advogado Aloisio Gonzaga que lesse um pensamento de Rui Barbosa, que diz: ?De tanto ver triunfarem as nulidades, de tanto ver crescerem as injustiças, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a descrer da honra, a rir-se da virtude e a ter vergonha de ser honesto?. ?Ele está refletindo muito sobre isso?, afirmou Gonzaga. Segundo ele, durante o depoimento ao delegado Paulo Passos, o oficial não acusou ninguém. ?Ele não tem que se defender porque ele não está acusando ninguém, apenas comunicou um fato e pediu providência?. O delegado também vai ouvir mais dois ex-comandantes do 4º BPM para confirmar se eles ouviram de Chiquinho o pedido evitar incursões policiais no horário escolar, como sustenta o secretário.

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