PUBLICIDADE

Oficial de justiça é acusado de ordenar telefone para jurados

Por Agencia Estado
Atualização:

O chefe da divisão de serviços gerais do Tribunal de Justiça do Pará, Gilberto Nobre Pontes, afirmou ontem em depoimento na polícia que partiu do oficial de Justiça Almiro Carvalho a ordem por ele cumprida para a instalação de telefones nos quartos dos sete jurados que participaram do julgamento de Valentina de Andrade, absolvida no dia 4 passado da acusação de autoria intelectual nas castrações e mortes de crianças em Altamira. Segundo Pontes, o oficial lhe falou que a autorização havia sido dada pelo juiz Ronaldo Valle, responsável pelo julgamento. Acompanhado de seu advogado, Pontes argumentou que não procurou checar com o próprio juiz a suposta ordem. "Em nenhum momento eu dei qualquer ordem ao oficial Almiro ou ao sr. Gilberto Pontes nesse sentido", reagiu Valle. O juiz se colocou à disposição do delegado para ser ouvido no inquérito. "Quero que tudo isso fique esclarecido de uma vez por todas". O oficial Almiro Carvalho nega ter transmitido qualquer ordem a Pontes, ainda mais usando o nome do juiz. Devido à confusão, Freire decidiu fazer uma acareação entre Pontes e Carvalho para saber qual dos dois está mentindo. A acareação, porém, só deverá acontecer na próxima semana, segundo o delegado. Se a quebra da incomunicabilidade dos jurados ficar comprovada, aumenta a chance de anulação do julgamento de Valentina. Os advogados dela tentam paralisar as investigações, mas já perderam a primeira batalha em Belém. Agora, prometem recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.