PUBLICIDADE

Oficial é condenado por dar beijos em tenente

Foto do author Marcelo Godoy
Por Marcelo Godoy
Atualização:

A 3ª Auditoria da Justiça Militar condenou a um ano de prisão o tenente-coronel Wilson Correia Leite Junior. O oficial era acusado de agarrar e beijar à força uma tenente dentro de um quartel da Polícia Militar de São Paulo. Denunciado por atentado violento ao pudor, o oficial acabou condenado por injúria real, crime cuja pena é mais branda. A decisão de mudar a acusação contra o oficial foi tomada de forma unânime pelo juiz auditor Marcos Theodoro Pinheiro e pelos quatro juízes coronéis que julgaram o caso. O crime de que o oficial é acusado, segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), ocorreu em 10 de dezembro de 2004, no quartel do 4º Batalhão da PM, na Lapa, zona oeste de São Paulo. Tanto a acusação quanto a defesa vão recorrer da decisão. No Tribunal de Justiça Militar (TJM), o MPE e a assistência da acusação pretendem que a pena seja agravada. Já o réu, que recebeu o direito de apelar em liberdade, deve alegar inocência e que o fato inexistiu. De acordo com a acusação, o tenente-coronel teria como hábito beijar e abraçar as policiais femininas da unidade. A tenente conta em seu depoimento que havia recebido reclamações sobre essa conduta e havia informado seus superiores sobre os fatos, até que ela se viu vítima. A tenente disse que Leite Junior agarrou-a com força e a beijou na testa, no rosto e na boca, quando ela entrou na sala do superior para o início do expediente. Ela denunciou o caso aos superiores, que enviaram o caso à Corregedoria da Polícia Militar. Por causa desse caso, o comando do 4º Batalhão, seguindo o Regimento Disciplinar da Polícia Militar, expediu ordem proibindo que beijos e abraços fossem usados como forma de cumprimento no quartel. A investigação da corregedoria, presidida pela tenente-coronel Angela Di Marzio Godoy Vasconcellos, concluiu pela existência de indícios de crime militar. Com base nisso, o MPE denunciou o acusado. Foram ouvidos os depoimentos de policiais femininas do batalhão. Algumas confirmaram que o tenente-coronel teria o hábito de beijar as policiais femininas e outras disseram que nunca presenciaram ato impróprio do oficial. Em sua defesa, o tenente-coronel, que hoje comanda um dos batalhões do Comando de Policiamento de Área Metropolitano-7 (região de Guarulhos), afirmou que existia no 4º Batalhão esse hábito de cumprimentar as policiais femininas com beijos. Ele negou que tivesse cometido qualquer ato contra a tenente e contou que a oficial lhe pedia constantes licenças, que ele negava.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.