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Oficial insiste em que Israel patrocinou tráfico de órgãos

Por Agencia Estado
Atualização:

O oficial reformado do Exército israelense Gedalya Tauber voltou a afirmar hoje, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa, que apura as atividades de uma rede internacional de tráfico de órgãos envolvendo Pernambuco, que o governo de Israel patrocinava os transplantes de rins realizados em israelenses em Durban, na África do Sul. Ele afirmou ter provas que serão apresentadas em juízo. A CPI pretende convidar um representante do governo israelense para esclarecer o assunto. Tauber disse que o governo israelense paga Us$ 80 mil por transplante realizado fora do país, já que por razões religiosas, os rabinos conservadores são contra este procedimento. "É política do governo", afirmou ele, que disse desconhecer se tais transplantes são autorizados entre não parentes. Em depoimento anterior, na Justiça Federal, o israelense havia dito que os contatos para os transplantes, realizados no hospital St. Augustine, em Durban, eram feitos através de Ilan Perry, suposto funcionário do governo de Israel que trabalharia com seguro de saúde e que ele conhece há quatro anos. Na segunda vez em que teria sido contatado por Ilan, por telefone, pedindo que indicasse alguém disposto a doar um rim, há cerca de um ano e meio, Tauber disse ter feito o contato de Ilan com capitão aposentado da Polícia Militar de Pernambuco, Ivan Bonifácio Sobrinho, tido como líder do esquema de tráfico no Brasil. O israelense, que pretendia se instalar no Brasil e é apontado como um dos cabeças do esquema internacional, disse que só conheceu três pessoas que venderam seus rins já na prisão. Onze envolvidos no tráfico estão presos desde o dia 2 de dezembro. De acordo com o presidente da CPI, deputado estadual Raimundo Pimentel (PSDB), o número de pernambucanos que venderam um rim dentro desse esquema, chega a perto de 40. O órgão era vendido a preços que variavam de US$ 10 mil a US$ 3 mil.

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