PUBLICIDADE

Olivetto depõe e pede para ficar longe de seqüestradores

Por Agencia Estado
Atualização:

O publicitário Washington Olivetto depôs, nesta quarta-feira, na 19ª Vara Criminal, em São Paulo, no processo contra os seis seqüestradores da Frente Patriótica Manuel Rodrigues (FPMR) e do movimento Esquerda Revolucionária (MIR), acusados de seqüestrá-lo. Olivetto pediu à juíza Kenarik Boujikian Felippe que os seqüestradores não assistissem ao seu depoimento, que durou cerca de cinco horas. A mulher de Olivetto, Patrícia, também foi ouvida. Além dela, outras três pessoas prestaram depoimento, todas testemunhas de acusação. O advogado dos presos, Iberê Bandeira de Melo Filho, afirmou que a defesa deve apresentar 18 testemunhas à Justiça a fim de provar a ligação dos presos com grupos da esquerda chilena, demonstrando a motivação política do crime. A audiência desta quarta foi marcada pelo atraso de três horas na chegada dos quatro seqüestradores, homens detidos na Casa de Custódia de Taubaté, no Vale do Paraíba, em São Paulo. A viagem estava marcada para as 7h30, mas só foi feita às 10h30. Motivo: falta de um documento avisando o presídio sobre a audiência, enviado às pressas pela Polícia Civil. Sem o pedido formal, o diretor da Casa de Custódia, José Ismael Pedrosa, não permitiu que os seqüestradores fossem levados para a capital. O delegado da Divisão Anti-Seqüestro de São Paulo, Antonio Olim, deu razão à direção do presídio. "Realmente foi um erro não providenciar esse documento com antecedência." Armados com fuzis e metralhadoras, 30 policiais fizeram a escolta da quadrilha até São Paulo. Os seqüestradores de Olivetto - Maurício Hernandez Norambuena, Alfredo Augusto Canales Moreno, Willian Gaona Becera e Marco Rodolfo Rodrigues Ortega - estão presos na Casa de Custódia há 40 dias. Neste tempo, nada de anormal foi registrado segundo o diretor da penitenciária. Isolados em celas de pouco mais de 8 metros quadrados os quatro não ficam juntos nem no banho de sol. "São dois por vez, e ainda revezando", diz o diretor. Segundo Pedrosa, os quatro têm bom comportamento e recebem visita do advogado, mas às vezes reclamam. "Eles sempre querem mais leitura. Acham que é pouco", diz o diretor. Via correio, os seqüestradores recebem revistas do Chile e cartas da família quase toda semana. "Eles querem ficar sempre com revistas, livros e jornais na cela, mas é permitido pouca quantidade por vez." Segundo Pedrosa, enquanto eles estiverem ali, terão de seguir todas as normas da casa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.