ONG apresenta dossiê sobre violência policial no Rio à OEA

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Por Agencia Estado
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O número de mortes classificadas como auto de resistência (quando há reação à prisão) quase triplicou entre 1998 e 2003 no Rio. É o que consta no dossiê "Relatório Rio: Violência Policial e Insegurança Pública" entregue nesta quinta-feira à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) pela ONG Justiça Global. No Rio, a ONG divulgou os dados reunidos no relatório, que aponta a violência policial instituída como uma política de segurança pública e responsabiliza as autoridades por execuções cometidas por policiais nas favelas e periferias do Estado do Rio. Estatística de mortes De acordo com o relatório, em 1998 foram registrados 397 casos de mortes classificadas como auto de resistência. No ano passado, 1195. Para a Sandra Carvalho, coordenadora de pesquisa da Justiça Global, o número de policiais mortos em serviço caiu, o que demonstra que o aumento dos mortos pela polícia não está ligada ao aumento da criminalidade e do confronto. Em 1998, segundo o relatório, 99 policiais foram mortos. O número chegou a 170 em 2002, mas caiu para 45 no ano passado. "Isso faz da polícia do Rio uma das mais violentas do mundo. Não é uma questão de despreparo dos policiais, mas de uma política de segurança pública", diz a pesquisadora. A ONG quer que a OEA envie uma comissão ao Rio para formular recomendações aos governos estadual e federal no combate à violência. Dados da polícia A Secretaria de Segurança Pública do Rio divulgou uma nota que sustenta que o registro de autos de resistência caiu 22,1% entre janeiro e setembro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O secretário de Segurança em exercício, delegado Marcelo Itagiba, disse que não teve acesso ao relatório, mas afirmou que a polícia do Rio respeita os direitos humanos.

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