07 de agosto de 2010 | 00h00
"O financiamento eleitoral deveria ser discutido sempre e integrar as principais preocupações da cidadania. As doações nas eleições são as principais fontes de corrupção no País e, quando uma empresa doa valores desproporcionais a um candidato, podemos ter certeza de que aguarda algo em troca", afirmou o presidente do Ethos, Oded Grajew.
A publicação, que tem sido distribuída a entidades empresariais e empresas, traz, a partir de um estudo do cientista político e professor da Unicamp Bruno Speck, uma discussão sobre o financiamento público ou privado e o custo das eleições.
Segundo o professor, as eleições custam em média R$ 4,6 bilhões e os partidos recebem cerca de R$ 190 milhões por ano do Fundo Partidário. O restante vem do financiamento de empresas privadas e, em menor escala, de pessoas físicas.
"O estudo demonstra que ninguém consegue se eleger no Brasil se não contar com recursos de empresas", explicou Grajew. A publicação mostra, também, quem são os maiores doadores de campanhas eleitorais no País, com dados de 2006. Comparando a lista dos maiores doadores de campanha com a lista das mil maiores empresas do Brasil segundo a revista Exame, os organizadores constataram que 486 destas mil doam recursos nas eleições.
As empreiteiras, com 25,4%, empresas de bens de consumo, com 12,4%, de siderurgia e metalurgia, com 12,1%, e os bancos, com 8,3%, são os setores que mais doam para as campanhas. A publicação, que não é vendida, está disponível gratuitamente no portal do Ethos (www.ethos.org.br).
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