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ONU: Denunciante de grupos de extermínio é assassinado

Por Agencia Estado
Atualização:

O mecânico Gérson de Jesus Bispo que denunciou a atuação de grupos de extermínio no Recôncavo Baiano, em setembro, à relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Execuções Sumárias, Asma Jahangir foi assassinado com dois tiros no inicio da manhã de hoje na cidade de Santo Antonio de Jesus, a 184 quilômetros de Salvador. Bispo é a segunda testemunha ouvida pela representante da ONU no Brasil, assassinada. A primeira, Flávio Manoel da Silva, foi morto na localidade de Pedras de Fogo na Paraíba, cinco dias depois do encontro com Asma. Bispo recebeu um tiro na perna esquerda e outro no peito quando saía de casa por volta das 7h30 no Bairro Santa Madalena, em direção à borracharia onde trabalhava, no centro de Santo Antonio de Jesus. Testemunhas contaram à polícia que dois homens numa moto fizeram os disparos. A vítima ainda foi levada com vida para o Hospital Luiz Argolo, mas não resistiu O assassinato da testemunha deixou o presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa da Bahia Yulo Oiticica (PT) indignado. Ele pretende pedir ao Secretario dos Direitos Humanos do governo Nilmário Miranda intervenção federal na Bahia. "Não podemos mais expor a vida de testemunhas, se não houver uma providência urgente vamos orientar essas pessoas a se calarem", disse. O Secretario da Segurança Pública da Bahia Édson Sá Rocha disse que pretende fazer uma "apuração rigorosa do caso para apurar a verdade". Ele anunciou que nomeará um delegado especial, de fora de Santo Antonio de Jesus, e pedirá que representantes do Ministério Público, OAB e ongs ligadas aos direitos humanos acompanham a investigação. "A princípio não há nada que aponte para crime praticado por grupos de extermínio e sim vingança", antecipou o secretario.

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