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Operação Cronos contra feminicídio e homicídio termina com 2,6 mil prisões

Ação envolveu 7,8 mil policiais civis em 16 Estados e no Distrito Federal; do total de prisões, 42 foram por feminicídio, 404 por homicídio e 289 por crimes relacionados à Lei Maria da Penha

Por Camila Turtelli
Atualização:

BRASÍLIA - A Polícia Civil efetuou na sexta-feira, 24, a prisão de 2.627 adultos e a detenção de 341 adolescentes em 16 Estados e no Distrito Federal como parte da Operação Cronos, contra autores de homicídios e feminicídios (tentados e consumados). A operação tem o apoio do Ministério da Segurança Pública e é coordenada pelo Conselho Nacional dos Chefes de Polícias Civis (CONCPC).

No início do mês de agosto, pelo menos 46 homens foram presos no Estado do Rio de Janeiro sob acusação de violência física e sexual contra mulheres Foto: Diego Reis / Governo do Rio de Janeiro

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"Os dados até este momento são extremamente satisfatórios", disse Emerson Wendt, presidente da CONCPC, na sexta-feira. "Temos visto uma escalada repulsiva de crimes de feminicidio no País". Um total de 7,8 mil policiais civis estão participando da operação. 

Dentre as prisões, 42 foram pela prática de feminicídio, 404 por homicídio e 289 por crimes relacionados à Lei Maria da Penha. Além disso, ocorrerem 640 autuações em flagrante por posse ou porte irregular de arma de fogo, tráfico de drogas e outros crimes; e 1.252 pessoas foram detidas em decorrência de mandados de prisão expedidos por outros delitos.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a operação é uma forma de reafirmar a importância da Lei Maria da Penha. "Esse é um crime covarde que acontece muitas vezes dentro de casa e é algo que tem de ser repelido", disse durante coletiva de imprensa na sexta-feira, em Brasília. 

Segundo o ministério, a ação foi definida no início de julho, mesmo mês em que aconteceu a morte da advogada Tatiana Spitzner, 29, no Paraná. Tatiane morava com o marido, o professor de Biologia Luis Felipe Manvailer, preso e suspeito de tê-la jogado do apartamento onde moravam.

No início do mês de agosto, pelo menos 46 homens foram presos em todo o Estado do Rio de Janeiro sob acusação de violência física e sexual contra mulheres. As prisões ocorreram em operação policial realizada no dia em que a Lei Maria da Penha completou 12 anos de promulgação. 

Na operação deflagrada nesta sexta-feira, também serão realizadas prisões de pessoas que descumpriram medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.Também houve a apreensão de 146 armas de fogo e aproximadamente 383 quilos de drogas, como maconha, cocaína e crack. "Lei Maria da Penha existe para se evitar o feminicídio", afirmou o vice-presidente do CONCPC, Eric Seba de Castro.

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A escolha do nome Cronos, segundo o Ministério, vem da referência à supressão do tempo de vida da vítima, reduzido pelo autor do crime. Ao mesmo tempo, com a prisão dos autores de homicídio e feminicídio, espera-se o impedimento da prática de novos crimes. 

O ministério afirmou que um banco de dados genéticos está sendo ampliado para facilitar a identificação desse tipo de crime. Segundo Jungmann, esse banco deve receber 140 mil coletas até o fim do ano e a meta é chegar a 180 mil até o fim de 2019./COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL

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