Operação deflagrada no AM combate exploração sexual infantil e prostituição

Polícia cumpre 46 mandatos de busca e apreensão e oito de prisão contra pessoas de alto poder aquisitivo e grande influência política em Manaus

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Por Pedro da Rocha - O Estado de S. Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - A Polícia Civil do Amazonas deflagrou, na manhã desta sexta-feira, 23, a operação Estocolmo, que busca combater a exploração infantil e o agenciamento de mulheres para a prostituição. Foram expedidos pela Justiça 46 mandatos de busca e apreensão e oito de prisão, todos com execução em Manaus. A Polícia Federal também participa da operação em razão de um dos investigados ser holandês.

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De acordo com a polícia, a investigação teve início em maio deste ano, após uma criança procurar a Delegacia da Criança e do Adolescente para relatar a exploração que sofria por membros do esquema. Na operação, que corre em segredo de Justiça, foram utilizadas interceptações telefônicas.

No dia 21 deste mês a Justiça expediu 15 mandatos de busca e apreensão em casas de clientes da rede de prostituição, 31 em residências de vítimas, entre menores e mulheres, e oito mandatos de prisão para exploradores. Um dos mandatos de busca é para a casa de um holandês, mandato que deve ser executados por agentes da PF.

Embora não tenham sido divulgados os nomes dos investigados, vários deles possuem alto poder aquisitivo e grande influência política na cidade. Participam da operação 198 policiais civis e 30 agentes da PF.

O nome da operação se deve ao primeiro Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, realizada na cidade de Estocolmo, na Suécia, em 1996. Também remete à síndrome de Estocolmo, no qual vítimas de sequestro que permanecem um longo tempo com seus raptores passam a vê-lo como um cuidador e criam um vínculo afetivo. De acordo com a polícia, muitas meninas exploradas sexualmente não se vêm como vítimas.

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