Operação em morro deixa 4 mortos

Houve uma intensa troca de tiros, após traficantes se esconderem no escritório do PAC no Pavão-Pavãozinho

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Por Pedro Dantas
Atualização:

Quatro traficantes mortos e três baleados , três policiais feridos sem gravidade e seis pessoas presas. Esse foi o saldo da operação da Polícia Civil no Complexo Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, em Ipanema, na zona sul do Rio, ontem. O primeiro suspeito morreu logo no início da operação no alto do morro e os outros três durante uma intensa troca de tiros com a polícia, após se esconderem no escritório de obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), na Ladeira Saint-Romain, um dos acessos da favela. Confira galeria de fotos da briga entre policiais e moradores A ação policial visava a cumprir 14 mandados de prisão contra traficantes, assaltantes de turistas e o eletricista Josenildo Queiroz, acusado de desviar material do PAC para casas de traficantes. Cerca de 20 funcionários da construtora OAS, que realiza as obras, estavam no local, na hora do tiroteio. Às 12h20, 50 policiais da Delegacia de Apoio ao Turista (Deat), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), agiam na favela. Pela manhã, a situação foi tensa: dois policiais haviam sido feridos sem gravidade por estilhaços de explosivos. Apenas um dos mandados de prisão foi cumprido - contra Ivo Pablo de Souza, acusado por tráfico. Policiais já deixavam a favela quando uma equipe da Core recebeu o informe de que seis traficantes se refugiaram no escritório do PAC, no terreno da Catedral Ortodoxa da Santíssima Virgem Maria. Armados com uma metralhadora ponto 30, três fuzis 762 e granadas, os traficantes abriram fogo ao avistarem os agentes e teve início um intenso tiroteio que durou cerca de 20 minutos. Um policial foi ferido por estilhaços de granada. "Moro aqui nesta rua há 16 anos e essa foi a pior situação. Antes eu escutava de longe e agora foi dentro da minha casa", disse o bispo ortodoxo, Luiz Felipe Muniz Freire. Agentes acreditam que os traficantes chegaram na casa pela mata e pretendiam ficar escondidos no escritório do PAC até o fim da operação policial. A troca de tiros foi tão violenta que o teto de uma oficina mecânica ao lado do escritório foi despedaçado por tiros e granadas. Sete carros foram perfurados por balas de fuzil. Entre os mortos, apenas Jonatham Monteiro da Silva, o Filhão, de 24 anos, foi identificado. Ele era um dos gerentes do tráfico local. Entre os feridos estão um traficante identificado como Samuel, de 22 anos, atingido no pescoço e dois adolescentes de 17 anos. Um deles está em estado grave no Hospital Miguel Couto, no Leblon (zona sul do Rio). Após o tiroteio, o terreno da igreja foi isolado para a perícia. Em vários momentos, policiais e moradores se envolveram em tumultos. Uma adolescente foi apreendida após socar o vidro de uma viatura. Um homem foi preso por desacatar os policiais. Uma viatura da Core e outra da Deat tiveram os vidros quebrados. Moradores acusavam os policiais de execuções e os agentes davam tiros para o alto para afastar os mais exaltados.

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