Operação especial tenta desmontar tráfico no RJ

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Por Agencia Estado
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Uma megaoperação apelidada de "Camisa Preta", envolvendo cerca de 600 policiais federais e 180 civis, além da Polícia Militar, foi iniciada na noite de domingo com o objetivo de desarticular o tráfico de drogas no Estado. Até o início da noite de hoje, a força-tarefa já havia conseguido a prisão de nove pessoas ligadas às supostas facções criminosas Terceiro Comando (TC) e Amigos dos Amigos (ADA) - que, segundo a polícia, respondem por metade do comércio de drogas no Rio. Entre os presos, estão dois dos principais articuladores de Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, que comanda o TC de dentro do complexo penitenciário de Bangu, onde está preso. Segundo o chefe de polícia civil, delegado Zaqueu Teixeira, as prisões vão enfraquecer a facção criminosa - que atua em inúmeras favelas do Rio, como as que formam o Complexo da Maré, na zona norte da cidade. O TC é responsável por violentos confrontos que vêm sendo promovidos nos morros, resultando em tiroteios com mortos e feridos. Enivalda Pinto de Medeiros, de 35 anos, irmã de Uê, e seu companheiro, Vanderlei Soares, de 36, conhecido como "Orelha" e "Maluco", foram detidos na rodovia Washington Luís. A 20ª Vara Criminal e a 6ª Vara Federal já haviam expedido mandados de prisão contra eles. "Orelha" é apontado como braço direito de Uê, "a voz dele fora da prisão", segundo Zaqueu Teixeira. "De dentro do presídio, Uê dava as ordens para que estruturasse as ações do Terceiro Comando", explicou Teixeira. Maria da Penha Soledade Vitorino, a "Abelha", também detida, seria a contadora do bandido. Tiroteio e invasão Oito pessoas que participaram da invasão ao Morro do Estado, em Niterói, Grande Rio, e que resultou em tiroteio com três mortos, também foram detidos graças à operação conjunta da PF, da Polícia Civil e da PM. Equipes formadas por cerca de 300 policiais civis e federais estão procurando outros acusados de envolvimento com o tráfico. Eles esperam cumprir treze mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal e dezenas de mandados de busca e apreensão da Justiça do Estado. "Precisamos de uma ação organizada para combater um grupo organizado", disse Zaqueu Teixeira. O superintendente da Polícia Federal no Rio, Marcelo Itagiba, disse que a união de esforços entre as corporações - que inclui troca de informações e ações envolvendo policiais civis e federais - começou há cerca de um mês, antes mesmo da nomeação do atual chefe de polícia. "Já apreendemos drogas, desbaratamos centrais telefônicas que serviam aos bandidos e efetuamos prisões importantes. Nosso objetivo é cortar as cabeças do tráfico, para ir desmantelando as quadrilhas", disse Itagiba. Ele afirmou ainda que novas prisões serão anunciadas amanhã, quando será divulgado novo balanço da megaoperação. Itagiba disse que a força-tarefa se assemelha às operações Mosaico 1 e 2, deflagradas em 1988. À época, os policiais localizaram traficantes como Antônio José Nicolau, o Toninho Turco, que fornecia 60% da droga comercializada no Rio.

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