Operação vai ser explicada às famílias

Aeronáutica convida familiares dos 59 passageiros para reunião hoje

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Diante das dificuldades encontradas na localização dos destroços e corpos dos passageiros do voo 447 - com uma série de notas desencontradas das Forças Armadas ontem, que culminaram com a admissão de que nenhuma parte do Airbus foi retirada do Atlântico até agora -, o Comando da Aeronáutica decidiu convidar representantes das famílias dos 59 passageiros para uma reunião, hoje, na sede do Cindacta-3, no Recife. "Nossa intenção é conversar e fazê-las conhecer o trabalho que estamos fazendo e as dificuldades que estamos enfrentando", destacou o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). De acordo com o comandante do Decea, os familiares das vítimas sairão do Rio, num voo da Força Aérea Brasileira, às 7 horas, com chegada prevista ao Recife às 9 horas. "Teremos todo o comando da operação à disposição dos familiares para responder a toda e qualquer pergunta sobre o trabalho que está sendo desenvolvido. Além disso, vamos colocar um dos pilotos das aeronaves que estão trabalhando na tentativa de localização de destroços para conversar com eles e detalhar os procedimentos." O retorno dos parentes das vítimas está previsto para as 13 horas. Às 18 horas deve acontecer um culto ecumênico na capital fluminense. A visita das famílias ocorre após um dia tenso de negociações no Hotel Windsor, no Rio. O relacionamento entre a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac, que faz a intermediação de informações por parte do governo) e os familiares ficou estremecido desde terça-feira, quando se soube em primeira mão pela imprensa que aviões da Aeronáutica haviam visualizado destroços. No mesmo dia, as famílias pediram ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que visitou o grupo, para tomarem conhecimento antes dos resultados das buscas. Mas questionado sobre a possibilidade de realização de sobrevoo na área onde está concentrada a operação de busca, o brigadeiro do Decea descartou essa possibilidade. "Assim como não há nenhuma intenção de levar os familiares para a Ilha de Fernando de Noronha. Não há nada que eles possam ver lá, uma vez que todo o comando está no Recife." BUSCA RETOMADA O último contato do Airbus ocorreu às 23h14 de domingo. Na terça-feira, o Ministério da Defesa confirmou o acidente, com base em supostos destroços encontrados a 1.200 km do litoral do País. Os primeiros objetos recolhidos foram vistos pelo avião C 130 Hércules, da FAB, uma das 11 aeronaves que fazem a varredura da região, num raio de 200 km em torno do local em que se acredita o avião desapareceu. Uma aeronave R-99 da FAB, segundo nota da Aeronáutica de ontem, identificou novos vestígios a sudoeste dos penedos de São Pedro e São Paulo. Pela primeira vez, o helicóptero Black Hawk foi empregado nas buscas para vasculhar esses novos focos. Nada foi achado. A Marinha informou que três navios operam no local indicado. São eles o Navio-Patrulha Grajaú, a Corveta Caboclo e a Fragata Constituição. A partir da mancha de querosene encontrada pelas equipes de resgate, a FAB vai restringir a área de buscas do Airbus da Air France desaparecido desde segunda-feira. Serão calculadas as velocidades das correntes marítimas e a localização exata dos vestígios do combustível para estabelecer uma possível rota dos destroços. Caso algum objeto ou mancha de óleo seja avistado por aeronave da FAB, o comando naval direcionará o navio mais próximo da área indicada para investigar. Até o fim da semana, está prevista a chegada de dois novos navios, vindos da França, para ajudar nas buscas. Há ainda a expectativa de duas aeronaves - uma dos Estados Unidos e outra da França, chegarem ao arquipélago. MONICA BERNARDES, EMILIO SANT?ANNA, LEONÊNCIO NOSSA e PEDRO DANTAS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.