Oposição cobra apuração de repasses

PSDB pede que PGR e TCU investiguem o caso e DEM cobra 'faxina'; para petista, ações de Lupi não são irregulares

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Por Andrea Jubé Vianna e BRASÍLIA
Atualização:

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), vaipedir à Procuradoria-Geral da República e ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investiguem o repasse irregular de verbas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) a centrais sindicais, por meio de convênios com sindicatos. O Estado revelou ontem que o ministro do Trabalho e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, encontrou uma brecha para driblar a proibição de repasses do FAT às centrais. "O FAT é dinheiro do trabalhador, é inadmissível que esses recursos sejam desviados para engordar o caixa de partidos", criticou o tucano. O líder do PSDB também vai pedir ao ministério cópias das prestações de contas e de relatórios de execução dos convênios firmados pela pasta. Só em 2011, as entidades vinculadas às centrais sindicais receberam R$ 11 milhões do FAT.Na mesma linha, o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), defendeu a investigação profunda dos fatos. "É o jeitinho brasileiro a serviço do malfeito", disse. "Mas esses fatos não são de estranhar, eles são o retrato dos governos do PT."Para Agripino, as denúncias de irregularidades em convênios no Ministério do Trabalho assemelham-se àquelas que deflagraram a Operação Voucher, da Polícia Federal, levando à demissão da cúpula do Ministério do Turismo. Para o senador, a "faxina da corrupção" no governo Dilma Rousseff vai se revelar "verdadeira ou apenas um factoide", a depender das providências que o governo tomar. "Senão, é faxina pra inglês ver."Defesa. O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), disse não ter visto irregularidades nas ações de Lupi a partir dos fatos relatados na reportagem. "Pelo que vi, são repasses para entidades regularmente constituídas e que se dedicam à formação profissional." Teixeira também defendeu a militância partidária de Lupi. Segundo o petista, não é porque se afastou do comando do PDT que o ministro deixou de ser um "líder político" e uma "referência a ser sempre consultada". O Palácio do Planalto não quis comentar a reportagem.

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