Oposição diz que finalmente terá apoio para CPI

Avaliação é de que denúncia envolvendo imóvel onde Palocci mora em SP facilitará a coleta de assinaturas, mesmo antes do parecer do procurador-geral

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Por Eugênia Lopes e Rosa Costa
Atualização:

A oposição aposta que o desgaste do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, ajudará no recolhimento de assinaturas na Câmara e no Senado para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). As suspeitas envolvendo o imóvel em que Palocci mora tornam a investigação indispensável, dizem os adversários do governo.O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), está convicto de que, agora, será possível obter as 27 assinaturas necessárias para abrir a comissão. "É inevitável a CPI. Todos aqueles que estavam aguardando um parecer da Procuradoria-Geral da República para decidir o que fazer agora não vão ter como não assinar o pedido de CPI", disse.No Senado, as assinaturas para a CPI começaram a ser recolhidas pelo PSDB. Até agora, 19 senadores aderiram ao pedido para investigar o suposto enriquecimento do ministro. "Faltam oito assinaturas para a CPI ser aberta, mas, com essa denúncia, vamos conseguir um número superior às 27 assinaturas necessárias", observou o líder do DEM.A expectativa é de que todos senadores do chamado "PMDB rebelde" assinem o requerimento da oposição. Só os peemedebistas Roberto Requião (PR) e Jarbas Vasconcelos (PE) aderiram ao pedido. Na base, a oposição espera as adesões do senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Ana Amélia (PP-RS). Para o líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), a situação de Palocci é "insustentável". A oposição prevê, no entanto, dificuldades para obter as 171 assinaturas necessárias para o funcionamento da comissão na Câmara - até o momento foram obtidas apenas 110 adesões. "Na Câmara, essas denúncias devem mudar pouco a adesão de deputados. Mas, se for o caso, vamos abrir a comissão apenas no Senado", afirmou ACM Neto. A oposição espera que o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), não cancele a convocação de Palocci aprovada na semana passada, na Comissão de Agricultura.

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