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Oposição não tem o que falar, diz Amorim

O ministro das Relações Exteriores rebateu críticas à política externa, feitas pelo candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, rebateu as críticas à política externa do governo, principalmente em torno da nacionalização do gás na Bolívia, feitas no início desta semana pelo candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Questionado por jornalistas sobre o tema, inicialmente Amorim evitou comentar as declarações do candidato tucano. "Eu acho que não é caso de entrar num debate com um candidato à Presidência, que obviamente está envolvido numa campanha eleitoral", disse. Mas, em seguida, ele defendeu a política externa do governo. "O que eu posso dizer é que tivemos uma atitude firme com a Bolívia, quem acompanha de perto sabe disso", afirmou. "Mas evitamos ataques estridentes, radicalizações, retaliações que não trariam nenhum benefício." Segundo ele, no passado já foram adotadas políticas de retaliação que não foram benéficas ao País. "Mas eu entendo que quem está na oposição tem que falar", disse. "E não tem o que falar, porque no geral todas as coisas no Brasil estão tendo êxito." Segundo Amorim, as exportações brasileiras para os Estados Unidos têm aumentado "espetacularmente". Além disso, as vendas aos países que foram priorizados pela política externa do governo Lula cresceram mais ainda. "Não se trata apenas de que o ritmo das exportações cresceram 15%, 20% por ano", disse. "A questão é que para os países que o país deu mais atenção na política externa, elas cresceram 30%, em alguns casos até 40%." Isso, segundo ministro, criou uma situação na qual, apesar das exportações para os Estados Unidos e União Européia terem atingido recordes históricos, a região da América Latina e o Caribe se tornou o maior parceiro comercial do Brasil. "As coisas estão caminhando, mas candidato tem mesmo que procurar coisas para falar", disse. Amorim foi questionado por jornalistas se permanecerá no cargo caso o presidente Lula seja reeleito em outubro. "Tem de perguntar ao presidente Lula", disse. Os repórteres insistiram, questionando se ele deseja continuar no posto. "Meu desejo pessoal é algo secundário", respondeu. Violência em SP O ministro admitiu que a nova onda de violência em São Paulo tem um impacto sobre a imagem do País no exterior. "Positivo não é, mas isso essa questão de segurança é um dos grandes problemas do Brasil, é um problema nosso, temos que lidar com ele", disse. Qual é maneira de lidar com ele eu não sei, não sou especialista." Segundo o ministro, "mais importante do que a imagem é a realidade". O fundamental, acrescentou é "resolver os problemas". Caso Jean Charles Amorim foi cauteloso ao comentar a expectativa do governo brasileiro sobre a divulgação, na próxima segunda-feira, da decisão da promotoria de justiça britânica sobre o caso do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto no ano passado por engano numa operação antiterrorista da Scotland Yard. A promotoria decidirá se os policiais envolvidos no incidente serão incriminados. "Nossa expectativa é que haja transparência, justiça e que a família de Jean Charles seja compensada corretamente", disse. "O comportamento do governo britânico tem sido correto." Ele informou que o governo brasileiro enviará uma missão na segunda-feira a Londres para acompanhar a divulgação do veredicto.

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