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Oposição se divide entre valores dos grupos de Serra e de Aécio

Ala ligada ao paulista já defende R$ 600 para o salário, enquanto aliados do senador mineiro no DEM rejeitam a proposta

Por Marcelo de Moraes
Atualização:

Sem chegar a um consenso sobre a estratégia que adotará para enfrentar o governo federal, os partidos de oposição também não se aproximam de um acordo sobre qual postura adotarão na discussão em torno do reajuste do valor do salário mínimo.Na prática, como os demais temas que são discutidos pela oposição no Congresso, PSDB e DEM tomarão suas posições divididos entre o que pensam o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). A ala serrista defende uma proposta de R$ 600 para o mínimo, conforme foi martelado pelo tucano na sua fracassada campanha presidencial.Esse valor já foi defendido publicamente pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e pelo líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira, também de São Paulo. Do lado aecista, a ideia é trabalhar por um mínimo de R$ 565. Esse valor seria superior aos R$ 545 propostos pelo governo federal, mas abaixo dos R$ 600. Essa posição é encampada abertamente por parlamentares do DEM ligados a Aécio, como o presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), que diz "ser contra o reajuste de R$ 600 porque isso comprometeria a estabilidade fiscal do País". "Reajustar para R$ 600 não seria coerente com a nossa posição de recompor as perdas dos trabalhadores mantendo a defesa da austeridade fiscal", afirma Maia. Diálogo. Na verdade, o DEM até sinaliza com a abertura de um diálogo institucional sobre esse assunto e outros temas, enquanto o grupo serrista prefere adotar um tom mais radical de esticar a corda nessa relação. "Fala-se tanto em abrir um diálogo de alto nível entre governo e oposição que eu não vejo problema em a gente discutir esse assunto colocando na mesa uma proposta séria de reajuste, sem radicalismos", avalia Maia. Além disso, o DEM decidiu propor ontem que a Câmara dos Deputados organize uma comissão geral, envolvendo todos os deputados, para que plenário da Casa debata o reajuste com as centrais sindicais e com representantes do governo federal. "Não achamos correto que o governo queira aprovar uma proposta que regule o valor do salário mínimo pelos próximos quatro anos numa discussão tão curta, de apenas alguns dias. É importante que a Câmara debata esse assunto com profundidade", diz o líder do DEM na Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).

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