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Orçamento paulista turbina transportes metropolitanos

Deputados aprovam peça para o início da gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) com R$ 4,6 bilhões para tentar melhorar trânsito

Por Roberto Almeida
Atualização:

Em sessão encerrada na madrugada de ontem, por conta das obstruções levantadas pelas bancadas do PT e do PSOL, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou o Orçamento de 2011 com base no parecer do deputado estadual tucano Bruno Covas, sem alterações.A proposta atende os anseios do governador eleito, Geraldo Alckmin (PSDB), que toma posse na próxima semana, para seu primeiro ano de novo mandato. O montante destinado às despesas do Executivo foi fixado em R$ 140,6 bilhões. O valor é 12% superior ao do Orçamento atual, ainda da gestão José Serra/Alberto Goldman. Alckmin pediu aos deputados de sua base que fosse ampliada a capacidade de investimento da Secretaria de Transportes Metropolitanos, que terá R$ 4,6 bilhões à disposição.A pasta será comanda por Jurandir Fernandes, nome de confiança do governador eleito. A ideia é priorizar a expansão dos trens e do metrô na tentativa de sanar um dos piores problemas dos paulistanos, o trânsito caótico da Grande São Paulo e em todo seu entorno..A peça aprovada, no entanto, não contempla os desejos do Judiciário paulista, que passou pela maior greve de sua história (127 dias) neste ano. Estarão à disposição desse Poder, conforme o Orçamento, R$ 5,6 bilhões, considerados insuficientes para promover o reajuste de servidores acordado para encerrar a paralisação. A Justiça pleiteava R$ 12,3 bilhões. Alckmin ainda pode manobrar o valor com suplementações, pois os servidores do Judiciário já acenam com novas paralisações a partir de março do ano que vem.Relatório. Na contramão da base governista, o PT apresentou voto em separado para o relatório. Na tribuna, os deputados petistas Rui Falcão, Ênio Tatto e Antonio Mentor revezavam-se em duras críticas ao projeto. Consideraram a peça do relator ''pífia'' e ''absurda''. Para eles, a proposta subestima a arrecadação do Estado no próximo ano, minando a possibilidade de realocar recursos para educação, saúde e Justiça e, consequentemente, permitir reajuste de servidores.Do lado do PSOL, Carlos Giannazi e Raul Marcelo engrossavam o coro das vozes dissonantes. O deputado Major Olímpio (PDT) também foi contra a proposta aprovada. ''Em respeito ao cidadão, voto não'', contestou. Apesar dos apelos da oposição, a base governista aprovou o projeto com facilidade, com placar de 59 votos a favor e 17 contra.A despeito da vitória folgada da base governista, os deputados estaduais também saíram descontentes com o valor das emendas pontuais aprovado no relatório. Os parlamentares pressionavam para garantir R$ 3 milhões para atender suas bases políticas, mesmo valor oferecido pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) aos vereadores da Câmara Municipal de São Paulo.O projeto do Estado, porém, manteve o montante do Orçamento passado de R$ 2 milhões. Das cerca de 11 mil emendas apresentadas pelos parlamentares, o relator, Bruno Covas, aprovo apenas 20% delas.

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